28 de jul 2025
Coronel classifica reunião de jovens negros como encontro de amigos
Coronel do Exército nega planejamento em reunião que buscou desestabilizar o Estado e pressionar comandantes a apoiar ex presidente.

Coronel do Exército Bernardo Romão Correa Netto (Foto: Reprodução)
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O coronel do Exército Bernardo Romão Correa Netto declarou que uma reunião entre militares em novembro de 2022 foi apenas um "encontro de amigos". A afirmação foi feita durante um interrogatório no Supremo Tribunal Federal (STF) no contexto de investigações sobre uma tentativa de golpe de Estado que culminou nos eventos de 8 de janeiro de 2023.
A reunião, realizada em 22 de novembro de 2022, foi investigada pela Polícia Federal (PF), que apontou que o encontro tinha como objetivo planejar ações para pressionar os comandantes do Exército a apoiar a permanência do ex-presidente Jair Bolsonaro no poder. Segundo a PF, os participantes discutiram estratégias para atacar o ministro Alexandre de Moraes, considerado um "centro de gravidade" no contexto político.
Correa Netto afirmou que o encontro foi informal e não organizado, descrevendo-o como uma reunião de militares do Batalhão de Forças Especiais, conhecidos como "kids pretos". Ele enfatizou que não houve planejamento operacional, alegando que o encontro ocorreu em um salão de festas e durou apenas duas horas, com entrega de pizza e refrigerante.
Detalhes da Investigação
Em depoimento à PF, o coronel inicialmente negou conhecimento sobre a reunião, mas depois admitiu sua participação. A investigação revelou que, dois dias antes do encontro, Correa Netto enviou uma mensagem a outro coronel sugerindo a reunião para discutir como influenciar os comandantes do Exército. A PF destacou que, enquanto organizavam o encontro, os envolvidos já estavam implementando ações para desestabilizar o Estado de Direito.
Além disso, Correa Netto enviou uma minuta da "Carta ao Comandante do Exército e Oficiais Superiores da Ativa do Exército Brasileiro" a um colega, que seria um dos temas discutidos na reunião. A PF concluiu que as ações planejadas pelos militares visavam minar a estabilidade institucional do país.
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