Governo disponibiliza cabine em navios para suprir falta de hospedagem na Cop-30

BRASÍLIA - O governo brasileiro anunciou a disponibilização de cabines em dois navios de cruzeiro como opção de hospedagem para a COP-30, que ocorrerá em Belém (PA) de 5 a 21 de novembro. Essa medida visa atender às críticas internacionais sobre as dificuldades logísticas enfrentadas na organização do evento. Os navios, MSC Seaview e Costa Diadema, oferecerão até 6 mil leitos para delegações, com aproximadamente 3.900 cabines disponíveis.

Para garantir a operação, o governo reservou R$ 259 milhões, que serão utilizados apenas se a venda das cabines não cobrir os custos. A contratação foi realizada pela Embratur, que também será responsável pela operação. As diárias variam entre US$ 100 e US$ 220 para os países prioritários, enquanto demais nações poderão reservar com valores de até US$ 600.

Logística e Acomodações

Os navios ficarão atracados no Terminal Portuário de Outeiro, que está passando por reformas. Uma nova ponte será construída para facilitar o acesso ao local da conferência, com um trajeto estimado em 30 minutos. Essa solução foi adotada após o cancelamento da dragagem do leito do rio na Baía do Guajará, que custaria R$ 210 milhões.

As acomodações nos navios são prioritariamente destinadas a delegações de 98 países classificados como menos desenvolvidos ou insulares. O secretário extraordinário para a COP-30, Valter Correia, afirmou que todos os quartos oferecidos são para uso individual, embora os participantes possam optar por compartilhar.

Desafios e Críticas

A questão da hospedagem se tornou um dos principais desafios para a realização da COP-30, levando a uma redução nas comitivas. Embaixadas expressaram preocupações sobre a infraestrutura, e o governo foi forçado a reservar passagens aéreas e cerca de 600 hospedagens para organizadores da conferência.

Além disso, a Secretaria Nacional do Consumidor notificou hotéis sobre os preços elevados, que podem chegar a R$ 2,2 milhões por locação em algumas unidades durante o evento. O governo sugeriu que os valores fossem ajustados para se assemelhar aos praticados durante o Círio de Nazaré, mas o setor privado reagiu, acusando intervenção do governo.

Com a COP-30 se aproximando, o governo continua a trabalhar para garantir que a logística e a hospedagem atendam às expectativas das delegações internacionais, enquanto busca minimizar o impacto ambiental da operação dos navios.