28 de jul 2025
Laudo da PF identifica falhas em reformas de ponte no Tocantins
Laudo da Polícia Federal aponta negligência na queda da ponte Juscelino Kubitschek, que resultou em 14 mortes e três desaparecidos.

A ponte sobre o Rio Tocantins desabou no dia 22 de dezembro, deixando 14 pessoas mortas e outras 13 desaparecidas até hoje. A estrutura tinha 533 metros de extensão e foi inaugurada em 1961. (Foto: Wilton Junior/Estadão)
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BRASÍLIA – Um laudo da Polícia Federal revelou que a queda da ponte Juscelino Kubitschek, na BR-226, entre Tocantins e Maranhão, foi resultado de negligência e falta de manutenção. O desabamento, ocorrido em 22 de dezembro de 2022, deixou 14 mortos e três desaparecidos. A estrutura, com 533 metros de extensão, já apresentava problemas estruturais, conforme um relatório do DNIT de 2020.
O laudo indica que a ponte cedeu em um intervalo de 15 a 30 segundos, com o vão central desabando em menos de um segundo. Técnicos afirmam que o aumento do tráfego e a carga transportada por caminhões comprometeram a integridade da estrutura ao longo dos anos. A última grande reforma ocorreu entre 1998 e 2000, quando alterações podem ter prejudicado a ponte, segundo o perito Laércio de Oliveira Silva Filho.
Responsabilidades e Consequências
O DNIT anunciou a exoneração do superintendente regional, Renan Bezerra de Melo Pereira, e um contrato emergencial de R$ 171 milhões para a reconstrução da ponte, com previsão de entrega em dezembro de 2025. O Ministério dos Transportes confirmou a exoneração e destacou que uma nova ponte será finalizada até o final do ano. Pereira defende sua inocência e nega responsabilidades.
O laudo da Polícia Federal foi enviado ao delegado Allan Reis de Almeida, que afirmou que a omissão de agentes públicos na manutenção da ponte foi um fator determinante para o desastre. O DNIT também informou que uma comissão técnica concluiu a apuração do acidente e enviou o relatório à corregedoria do órgão.
Recursos e Investimentos
Após a tragédia, o Congresso Nacional destinou R$ 35,6 milhões em emendas parlamentares para as cidades afetadas, mas os recursos foram direcionados a projetos como shows e iluminação, e não para a infraestrutura da ponte. Essa situação levanta questões sobre a gestão de recursos públicos e a prioridade dada à segurança das estruturas viárias no Brasil.
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