Direitistas elaboram dossiê para pressionar impeachment de ministro do STF

BRASÍLIA – O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, enfrenta uma nova onda de críticas após o lançamento do site Dossiê Moraes, criado por um grupo de políticos da direita. A plataforma documenta supostos abusos do ministro e busca mobilizar a população para um pedido de impeachment. Entre os principais apoiadores estão o vereador de Curitiba Rodrigo Marcial e o ex-deputado federal Deltan Dallagnol.

O site categoriza ações de Moraes que, segundo os autores, violam princípios fundamentais, como moralidade e dignidade. O episódio mais recente mencionado é um gesto obsceno feito pelo ministro durante um evento público, que ocorreu após ele ter sido sancionado pelos Estados Unidos por supostas violações de direitos humanos. Para o grupo, essa conduta pode ser considerada crime de responsabilidade.

Contexto das Acusações

Os críticos alegam que o gesto de Moraes, ao mostrar o dedo do meio em um jogo de futebol, compromete a imagem do STF e fere os princípios constitucionais. O Dossiê Moraes lista 77 violações, incluindo a acusação de que o ministro age de forma incompatível com a honra de suas funções. O site também compila notícias e opiniões sobre as ações de Moraes.

A pressão contra o ministro aumenta em um momento em que o Congresso Nacional retoma suas atividades. Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro intensificam os ataques, especialmente após as sanções internacionais impostas a Moraes. O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, expressou solidariedade ao colega, ressaltando a importância da legalidade institucional no Brasil.

Reações e Implicações

Moraes, por sua vez, não se calou diante das críticas. Em recente sessão do STF, ele se referiu a uma "organização miliciana" que busca interferir nas decisões do tribunal, chamando suas ações de covardes. O clima tenso entre os poderes e a crescente polarização política no Brasil continuam a ser um tema central nas discussões sobre a atuação do Judiciário e a estabilidade democrática do país.