Ministro da Saúde destaca que postura de Trump pode fortalecer parcerias do Brasil

Quatro meses após assumir o Ministério da Saúde, Alexandre Padilha anunciou a adesão de mais de cem hospitais ao programa de atendimento especializado para pacientes do SUS. A iniciativa visa expandir o acesso a cirurgias e tratamentos, permitindo que planos de saúde também participem, oferecendo serviços em troca de créditos com a União.

Em entrevista ao GLOBO, Padilha destacou que o governo não discute a redução do piso de recursos para a saúde, apesar da pressão fiscal do Congresso. Ele afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem aumentado os investimentos na área, reforçando o compromisso com a saúde pública. Nenhum colega de governo mencionou a possibilidade de cortes, enfatizou o ministro.

O Brasil, que voltou a ser listado pela Organização Mundial da Saúde como um dos países com mais crianças não vacinadas, já começou a reverter essa situação. Dados preliminares de 2025 mostram que 15 das 16 vacinas aplicadas tiveram aumento na cobertura vacinal, com mais de um milhão de crianças vacinadas nas escolas nos primeiros meses do ano.

Parcerias Internacionais

Padilha também abordou o impacto da sobretaxa dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, que pode impulsionar a indústria nacional de saúde. Ele vê isso como uma oportunidade para fortalecer parcerias com países da União Europeia e Índia, visando aumentar a produção de medicamentos e insumos no Brasil.

O programa Agora Tem Especialistas é uma das principais estratégias do ministério para reduzir filas no SUS. Com a meta de disponibilizar R$ 2 bilhões em crédito para cirurgias e tratamentos, Padilha acredita que a adesão dos hospitais privados e planos de saúde será crucial para o sucesso da iniciativa. O foco é garantir mais atendimento especializado à população, cumprindo promessas feitas durante a campanha eleitoral.