Governo solicita esclarecimentos sobre saída da Aliança para a Memória do Holocausto

Chegou ao governo Lula um pedido formal de explicações sobre a decisão de retirar o Brasil da Aliança Internacional em Memória do Holocausto (IHRA), feita no dia 18 de outubro. O advogado Ary Bergher protocolou a solicitação por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI) e pretende avaliar a possibilidade de responsabilização judicial do presidente e sua equipe.

Desde 2021, o Brasil atuava como observador da IHRA, uma adesão que ocorreu durante o governo de Jair Bolsonaro, com o intuito de combater o antissemitismo. A decisão de Lula gerou reações negativas, tanto de Israel quanto da Confederação Israelita do Brasil, que criticaram a medida. O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, também se manifestou, pedindo uma reavaliação da saída.

Partidos de direita, como o Novo, se uniram ao coro de críticas. A Frente Parlamentar de Combate ao Antissemitismo do Rio de Janeiro emitiu uma nota de repúdio, destacando a importância do combate ao antissemitismo e a relevância da IHRA nesse contexto. A movimentação em torno da saída do Brasil da aliança reflete um tema sensível e complexo, que envolve questões de memória histórica e direitos humanos.

O silêncio institucional sobre a questão é visto como uma forma de violência simbólica, segundo Bergher. A repercussão da decisão de Lula pode ter desdobramentos significativos, tanto no cenário interno quanto nas relações internacionais do Brasil, especialmente com a comunidade judaica e com Israel.