COP é criticada por ser elitista e contradizer discurso de inclusão de Lula

A COP-30, conferência da ONU sobre mudanças climáticas, está marcada para ocorrer em Belém, destacando a relevância da floresta amazônica e a inclusão de países em desenvolvimento na governança global. No entanto, a crise de hospedagem na cidade se intensificou, resultando na desistência de nações como a Áustria de participar do evento. Essa situação evidencia as dificuldades enfrentadas por países mais pobres, desafiando o discurso do presidente Lula sobre inclusão.

Desde o anúncio de Belém como sede, a falta de hospedagens adequadas era uma preocupação. Apesar dos atrativos da cidade, as autoridades brasileiras subestimaram a gravidade da situação. A expectativa era que melhorias na infraestrutura e a utilização de navios de cruzeiro pudessem resolver o problema. Contudo, a realidade se mostrou mais complexa.

Recentemente, o presidente da Áustria anunciou que seu país não participará da COP-30, citando custos elevados e limitações orçamentárias. Essa decisão levanta questões sobre a viabilidade de participação de nações em desenvolvimento, que são as mais afetadas pelas mudanças climáticas e que buscam financiamento para mitigar seus efeitos. A crise de hospedagem, com preços exorbitantes, foi ignorada pelas autoridades brasileiras, que não consideraram que outros países não estão dispostos a gastar recursos públicos sem justificativas.

A realização da conferência em Belém, além de simbolizar a importância da floresta, está ligada a um acordo político que fortalece o governador do Pará, Helder Barbalho. Mudar o local do evento poderia comprometer sua carreira política e a popularidade de Lula na região. Com a COP-30 se aproximando, o governo brasileiro enfrenta o desafio de contornar essa crise, que pode impactar a imagem do país no cenário internacional.