Trump fortalece stablecoins ao vincular sua regulação à supremacia do dólar

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, destacou as stablecoins como parte de sua estratégia para manter a supremacia do dólar global. Em uma ordem executiva assinada na quinta-feira (23), Trump determinou ações para promover o desenvolvimento de stablecoins lastreadas em dólar, enquanto proibiu o avanço de moedas digitais de bancos centrais (CBDCs), que poderiam competir com essas criptomoedas. Essa iniciativa visa fortalecer a posição do dólar em um cenário geopolítico desafiador, especialmente frente a rivais como China e Rússia.

As stablecoins, que são criptomoedas projetadas para manter uma paridade de valor com o dólar, têm ganhado destaque no mercado. Paolo Ardoino, CEO da Tether, e Jeremy Allaire, CEO da Circle, foram citados como defensores do uso dessas moedas, que são vistas como "grandes vencedoras" da nova ordem executiva. Contudo, as stablecoins enfrentam críticas, especialmente após o colapso da TerraUSD em 2022, que levantou preocupações sobre a estabilidade financeira e o uso ilícito dessas moedas.

A ordem executiva também estabelece um grupo de trabalho para desenvolver um marco regulatório para ativos digitais, incluindo stablecoins, em um prazo de seis meses. David Sacks, czar da Casa Branca para IA e criptomoedas, enfatizou que as stablecoins podem ajudar a estender a dominância do dólar internacionalmente. Enquanto isso, outras regiões, como a União Europeia e a China, estão explorando abordagens diferentes com suas próprias CBDCs.

Atualmente, a Tether e a Circle dominam o mercado de stablecoins, representando quase 90% do valor total. A Tether possui US$ 84,5 bilhões em títulos do Tesouro, enquanto a Circle detém US$ 15,1 bilhões. Apesar do crescimento, especialistas alertam sobre os riscos associados à crescente adoção das stablecoins, que podem impactar a estabilidade financeira global. A resposta do mercado à ordem de Trump sugere um futuro promissor para as operações de stablecoins nos EUA, com a Circle planejando uma oferta pública inicial em janeiro de 2024.