Milei promove criptomoeda, valor dispara e governo inicia investigação urgente

O presidente da Argentina, Javier Milei, anunciou uma "investigação urgente" sobre o lançamento da criptomoeda $LIBRA, promovida em suas redes sociais. O governo tomou essa decisão após o ativo ter seu valor disparado e, em seguida, despencado, gerando acusações de fraude e pedidos de impeachment. A postagem original de Milei, que ficou no ar por mais de cinco horas, promovia o projeto "Viva La Libertad", afirmando que o token visava financiar pequenas empresas argentinas.

Após as críticas, Milei apagou a mensagem e justificou que não estava ciente dos detalhes do projeto. O governo argentino, então, decidiu encaminhar o caso ao Escritório Anticorrupção para investigar possíveis condutas impróprias de membros do governo, incluindo o próprio presidente. Além disso, foi criada uma Força-Tarefa Investigativa para apurar o envolvimento de empresas e indivíduos no projeto do KIP Protocol, responsável pela criptomoeda.

Especialistas em criptomoedas e economistas levantaram preocupações sobre a natureza do ativo, sugerindo que poderia ser um esquema de pirâmide. De acordo com a revista The Kobeissi Letter, cerca de 80% do $LIBRA estava nas mãos de poucos investidores antes do apoio de Milei, e o valor do token subiu para US$ 4,978 antes de colapsar. O especialista Javier Smaldone descreveu a situação como um "tapete puxado", onde os criadores retiram liquidez após atrair investidores.

A oposição, liderada pelo bloco União pela Pátria, anunciou que apresentará um pedido de impeachment contra Milei. Críticas também vieram de figuras proeminentes, como a ex-presidente Cristina Kirchner, que chamou Milei de "golpista de criptomoedas". A situação gerou um clamor por uma investigação mais aprofundada sobre as ações do presidente e a legalidade de sua promoção da criptomoeda.