24 de abr 2025
PCC e 'Ndrangheta se destacam no uso de tecnologia para crimes digitais e tráfico de drogas
Facções como PCC e 'Ndrangheta se adaptam ao crime digital, utilizando criptomoedas e tecnologia para expandir operações. A cooperação Brasil Itália é crucial.
Foto:Reprodução
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As facções criminosas brasileiras, como o Primeiro Comando da Capital (PCC), estão se adaptando rapidamente ao uso de tecnologias digitais, segundo o especialista em máfias Antonio Nicaso. Durante a 12ª Semana Internacional da Fundação Magna Grécia, Nicaso destacou que essas organizações estão explorando criptomoedas e sistemas de comunicação criptografados para expandir suas operações.
Um exemplo emblemático ocorreu em 2018, quando um membro da máfia italiana ‘Ndrangheta tentou pagar um carregamento de cocaína com bitcoins, mas a facção brasileira recusou, alegando falta de conhecimento sobre a moeda digital. Desde então, o PCC evoluiu e agora é considerado um dos grupos mais preparados para lidar com novas oportunidades financeiras, incluindo investimentos em criptomoedas.
Nicaso, que é professor na Queen's University e diretor do laboratório de cibercrime Cybrec, enfatizou a necessidade de cooperação entre Brasil e Itália no combate a esses crimes. Ele afirmou que tanto o PCC quanto o Comando Vermelho (CV) têm recrutado profissionais de tecnologia para explorar a dark web e realizar fraudes digitais.
Desafios do Crime Organizado
O especialista também abordou o conceito de crime organizado híbrido, onde as organizações operam tanto online quanto offline. Ele destacou que, além de utilizar criptomoedas, essas facções investem em tecnologias que facilitam suas operações, como a invasão de sistemas de portos para evitar inspeções de carregamentos de drogas.
As investigações recentes, como a Operação Mafiusi, revelaram a interconexão entre o PCC e a ‘Ndrangheta, com operações que utilizam o Porto de Paranaguá para o tráfico internacional de drogas. Nicaso ressaltou que o Brasil sempre teve um papel crucial na história da ‘Ndrangheta, especialmente no fornecimento de cocaína.
Cooperação Internacional
A colaboração entre as autoridades brasileiras e italianas tem se mostrado eficaz, com a expectativa de que continue a melhorar. O evento no Rio de Janeiro contou com a presença de representantes de diversas instituições, incluindo a Agência Nacional de Cibersegurança e a Direção de Investigação Antimáfia da Itália, reforçando a importância da união de esforços no combate ao crime organizado.
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