CotidianoMeio Ambiente

11 de ago 2025

Big techs aumentam emissões de carbono em até 73% durante corrida pela IA

Gigantes da tecnologia enfrentam críticas por aumento nas emissões de carbono, desafiando suas promessas de sustentabilidade ambiental

Um data center da Amazon próximo a campos de futebol em Dublin, Ohio (Foto: Brian Kaiser/Bloomberg)

Um data center da Amazon próximo a campos de futebol em Dublin, Ohio (Foto: Brian Kaiser/Bloomberg)

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As gigantes da tecnologia, incluindo Microsoft, Google e Amazon, enfrentam críticas por aumentos significativos em suas emissões de carbono, apesar de promessas de metas climáticas ambiciosas. Desde 2020, as emissões da Microsoft cresceram 23,4%, enquanto o Google registrou um aumento de 73,8% e a Amazon, 33,3%. Esses dados foram coletados pelo Laboratório de Políticas Públicas e Internet (LAPIN) e refletem a expansão da infraestrutura necessária para suportar a crescente demanda por Inteligência Artificial (IA).

A Microsoft, que opera mais de 300 data centers em 60 regiões, viu suas emissões na América Latina quase quadruplicarem, passando de 16.022 para 60.297 toneladas métricas. A empresa atribui esse aumento ao crescimento de suas operações, especialmente na nuvem e na IA. Apesar de suas metas de se tornar carbono negativa, a Microsoft não comentou sobre os dados apresentados.

O Google, que se comprometeu a operar com energia livre de carbono até 2030, também enfrenta desafios. Seu consumo hídrico aumentou 117% desde 2020, com 96% da água utilizada proveniente de data centers. O aumento no uso de eletricidade em suas operações foi de 27% entre 2023 e 2024, impulsionado pela demanda por IA.

A Amazon, por sua vez, afirma ter alcançado 100% de uso de energia renovável em 2024, mas suas emissões operacionais diretas triplicaram desde 2020. A empresa utiliza compensações por meio da compra de energia limpa, mas a falta de transparência em seus relatórios gera preocupações.

Críticas e Transparência

Pesquisadores apontam a falta de transparência nas informações sobre o impacto ambiental das empresas. Camila Cristina, coordenadora de pesquisa do LAPIN, destaca que as justificativas para o aumento das emissões incluem o avanço de projetos comerciais, mas as compensações adotadas são questionáveis. A prática de compensar operações em uma região com créditos de reflorestamento em outra é uma das críticas levantadas.

Além das big techs, empresas brasileiras como Ascenty e Elea também foram analisadas. A Ascenty, por exemplo, viu suas emissões de Escopo 1 aumentarem 594,9% entre 2022 e 2024, embora afirme que toda sua energia é proveniente de fontes renováveis. A Elea, que está investindo em um mega complexo de infraestrutura, não fornece dados claros sobre suas emissões.

Com o governo brasileiro buscando atrair data centers, especialistas alertam que essa estratégia deve ser acompanhada de exigências de transparência e eficiência ambiental. A análise dos dados revela um cenário complexo, onde o crescimento das operações de tecnologia deve ser equilibrado com a responsabilidade ambiental.

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