Big techs não podem comprometer o futuro do planeta, alerta enviado da COP30

Na COP30, a integridade da informação climática ganha destaque com a nomeação de Frederico Assis como enviado especial. O evento, que ocorrerá em Belém em novembro, marca a primeira vez que a questão da desinformação climática é abordada na agenda da conferência da ONU. Assis, que ocupa o cargo desde maio, defende a regulação das redes sociais e a conscientização sobre a desinformação.

Em entrevista, Assis expressou preocupação com o aumento do negacionismo e da obstrução climática. Ele enfatiza a necessidade de promover informações confiáveis e engajar públicos que não estão familiarizados com o tema. A meta é furar a bolha informativa e levar a discussão sobre mudanças climáticas a diferentes segmentos da sociedade.

Assis também mencionou a iniciativa global para integridade da informação, lançada em 2024 pelo Brasil em parceria com a ONU e a Unesco. Até agora, países como Chile, Dinamarca e França já aderiram ao movimento. O enviado especial destaca que a desinformação climática tem um custo alto, especialmente para comunidades vulneráveis, que são as mais afetadas.

O papel das big techs é central nesse contexto. Assis acredita que as plataformas digitais devem ser tratadas como atores políticos e defende a transparência nos algoritmos. Ele está em contato com as grandes empresas de tecnologia para discutir formas de mitigar os danos causados pela desinformação.

A proximidade da COP30 pode intensificar a disseminação de conteúdos desinformativos. Assis alerta que, à medida que o evento se aproxima, a conferência se tornará alvo de narrativas conspiratórias. Ele reafirma a importância de um ambiente comunicacional plural e saudável, que valorize o jornalismo profissional e a educação midiática.