13 de ago 2025
Águas-vivas interrompem operação da maior usina nuclear da França
Quatro reatores da usina nuclear de Gravelines foram desligados por bloqueio no sistema de resfriamento causado por águas vivas.

Águas-vivas espalhadas pela areia próxima à usina nuclear de Gravelines, no norte da França (Foto: Sameer al-Doumy/AFP)
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A usina nuclear de Gravelines, a maior da França, teve quatro de seus seis reatores desligados temporariamente devido a um enxame de águas-vivas que bloqueou o sistema de resfriamento. O incidente ocorreu entre 10 e 11 de setembro e foi classificado pela operadora EDF (Électricité de France) como “massivo e imprevisível”. As outras duas unidades já estavam fora de operação para manutenção programada.
As águas-vivas ficaram presas nas grades filtrantes dos canais de captação de água do mar, essenciais para manter a temperatura dos reatores. A presença em massa desses animais reduziu a vazão, levando ao desligamento automático como medida de proteção. A usina utiliza água de um canal conectado ao Mar do Norte, onde a proliferação de águas-vivas é comum durante os meses quentes.
Especialistas apontam que o aquecimento das águas e a diminuição de predadores naturais têm favorecido o aumento das populações de águas-vivas. Correntes marítimas fortes e temperaturas elevadas no verão contribuíram para que os animais se aproximassem da usina. Uma vez na área de captação, a baixa capacidade de locomoção das águas-vivas impediu que escapassem da sucção do sistema.
Esse tipo de incidente não é isolado. Em 2011, a usina de Torness, na Escócia, e em 2013, a unidade de Oskarshamn, na Suécia, também enfrentaram problemas semelhantes. Em todos os casos, as operações foram retomadas após a limpeza dos sistemas de filtragem. A interrupção em Gravelines não afetou o abastecimento de energia, graças ao funcionamento de outras fontes na rede francesa, incluindo solar e eólica.
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