13 de ago 2025
COP30 na Amazônia busca soluções urgentes para financiamento climático global
Brasil capta US$ 2,6 bilhões para restauração florestal e enfrenta desafios na mobilização de recursos climáticos até 2035

Vista aérea de área queimada na Amazônia (Foto: Ueslei Marcelino/Reuters)
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Os países desenvolvidos se comprometeram, em 2009, a mobilizar US$ 100 bilhões anuais até 2020 para apoiar ações climáticas em nações em desenvolvimento, mas não atingiram essa meta. Em 2024, durante a COP29 em Baku, um novo acordo estabeleceu que os países devem mobilizar pelo menos US$ 1,3 trilhão anuais até 2035 para enfrentar a crise climática.
O Brasil, por meio da Coalizão Brasil para o Financiamento da Restauração e da Bioeconomia (BRB), já captou US$ 2,6 bilhões para projetos de restauração florestal e bioeconomia. Este montante representa cerca de um quarto da meta de US$ 10 bilhões estabelecida para 2030. Desde seu lançamento na Cúpula do G20 em 2024, a coalizão já restaurou ou protegeu aproximadamente dois milhões de hectares de florestas, com foco na Amazônia.
Desafios e Compromissos
A mobilização de recursos financeiros para enfrentar a crise climática continua sendo um desafio complexo. Em um documento conjunto, os países do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) expressaram preocupação com as lacunas nos esforços de mitigação dos países desenvolvidos. O documento, intitulado “Mapa do Caminho de Baku a Belém: US$ 1,3 trilhão”, destaca a necessidade de aumentar o financiamento climático e revisar as metas de Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs).
Mauricio Bianco, vice-presidente da Conservation International no Brasil, enfatiza que a responsabilidade pela mobilização de recursos recai sobre os países desenvolvidos, dada sua capacidade financeira e histórico de emissões. Ele ressalta a importância do multilateralismo e do papel da UNFCCC e do Acordo de Paris no combate à crise climática.
Iniciativas Locais
A Coalizão BRB tem metas ambiciosas, como restaurar e conservar cinco milhões de hectares de florestas e investir US$ 500 milhões em iniciativas que beneficiem comunidades indígenas e locais. Um estudo recente mapeou 37 organizações indígenas na Amazônia com alto potencial socioambiental, destacando a necessidade de fortalecer fundos comunitários.
Bianco afirma que financiar diretamente as comunidades indígenas e ribeirinhas é essencial para a preservação ambiental, pois esses povos são defensores naturais de seus territórios. Ele destaca o papel do Brasil na liderança de uma nova era de financiamento climático e restauração florestal, especialmente com a COP30 prestes a ocorrer na Amazônia.
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