Corpo de cientista desaparecido é encontrado após 66 anos em fenda na Antártida

Em julho de 1959, o meteorologista britânico Dennis Bell, de 25 anos, desapareceu na Antártida durante uma expedição científica na Ilha King George. Ele caiu em uma fenda de gelo e, apesar das buscas, seu corpo nunca foi encontrado. Mais de seis décadas depois, uma equipe polonesa do posto Henryk Arctowski fez uma descoberta significativa: fragmentos de ossos e mais de 200 itens pessoais de Bell foram encontrados nas margens do Glaciar Ecology, que recuou devido ao aquecimento global.

Os objetos recuperados incluem um relógio, uma faca, equipamentos de rádio e lanternas. A análise dos restos mortais foi realizada no King’s College London, onde exames de DNA confirmaram a identidade de Bell, utilizando amostras fornecidas por seus familiares. Bell era conhecido por suas habilidades multifuncionais, consertando motores e construindo rádios para captar sinais em código Morse.

Impacto do Aquecimento Global

A recuperação dos vestígios de Bell oferece um raro vislumbre das condições extremas enfrentadas por cientistas nas expedições da Antártida na metade do século XX. Além de proporcionar um encerramento para a família, o caso ilustra como o aquecimento global está alterando rapidamente a paisagem do continente, expondo áreas antes inacessíveis.

Especialistas destacam que o recuo do Glaciar Ecology não revela apenas vestígios de expedições humanas, mas também dados valiosos sobre mudanças climáticas e geológicas. Situações semelhantes têm sido observadas em outras regiões polares, onde o derretimento do gelo trouxe à tona equipamentos antigos e restos de animais extintos. A descoberta de Bell é um lembrete do impacto das mudanças climáticas e da importância de preservar a história científica da Antártida.