13 de ago 2025
ONU enfrenta desafios na conclusão do tratado contra poluição plástica
Negociações em Genebra sobre tratado de poluição plástica enfrentam resistência e podem atrasar acordo global crucial para o meio ambiente

Instalação do artista canadense Benjamin Von Wong intitulada 'The Thinker's Burden' (o fardo do pensador), releitura do icônico 'Pensador', de Rodin, durante as negociações do tratado sobre plásticos em Genebra (Foto: Fabrice Coffrini/AFP)
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A última rodada de negociações para um tratado global sobre poluição plástica, que envolve mais de 170 países, ocorre em Genebra, na Suíça, e enfrenta um impasse. As discussões, que se encerram nesta quinta-feira (14), estão divididas entre países produtores de petróleo e a coalizão de alta ambição, que busca um acordo abrangente.
Os países do like-minded group, incluindo Rússia, Índia, China, Irã e Arábia Saudita, concentram-se na gestão de resíduos plásticos e resistem a mudanças na produção do plástico. Em contrapartida, os 66 países da High Ambition Coalition, liderada pela União Europeia, defendem a discussão sobre o ciclo de vida do plástico, abrangendo sua produção e design para reutilização e reciclagem.
Diante do impasse, o presidente do Painel Intergovernamental de Negociações (INC), Luis Vayas Valdivieso, propôs um novo texto mais enxuto como último recurso para facilitar um acordo. Carlos Silva Filho, conselheiro da ONU, observa que o clima nas negociações é de esgotamento, com resistência de ambos os lados. A ministra Maria Angélica Ikeda, chefe da delegação brasileira, destaca a falta de flexibilidade em temas cruciais, como financiamento e produção.
O tratado, que é considerado o "Acordo de Paris do plástico", visa ser um marco ambiental, mas a complexidade das negociações levanta dúvidas sobre sua viabilidade. A resolução da Assembleia da ONU de 2022, que deu início ao processo, previa cinco rodadas de negociação, e o fracasso da quinta pode resultar em um atraso significativo.
Propostas na mesa incluem a eliminação gradual de substâncias tóxicas e a modificação do design de produtos para torná-los reutilizáveis. Organizações da sociedade civil criticaram o Brasil, apontando que o país é um dos maiores poluidores plásticos e não se compromete com soluções. No entanto, a delegação brasileira defende sua atuação nas negociações, enfatizando o papel de facilitar o diálogo.
A poluição plástica é um dos maiores desafios ambientais atuais, com a produção de plásticos dobrando nos últimos 20 anos e apenas 9% sendo reciclados globalmente. Inger Andersen, diretora executiva do Pnuma, afirma que um acordo é essencial para combater a poluição plástica em todo o mundo.
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