CotidianoMeio Ambiente

18 de ago 2025

Brasil avança em plano climático enquanto mantém produção de petróleo em alta

Críticas surgem após Brasil apresentar plano climático sem metas claras para reduzir produção de combustíveis fósseis até 2035

Refinaria de Petróleo Riograndense, em Rio Grande (RS) — Foto: Divulgação/Petrobras

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O Brasil apresentou em 2024 seu Plano Clima, que visa cumprir as metas do Acordo de Paris e reduzir as emissões de gases do efeito estufa entre 59% e 67% até 2035, em comparação com os níveis de 2005. O plano, que está em consulta pública até 18 de setembro, não aborda a transição dos combustíveis fósseis, gerando críticas de especialistas.

A Estratégia Nacional de Mitigação (ENM) do Plano Clima inclui sete planos setoriais, com destaque para Conservação da Natureza e Agropecuária, que devem contribuir significativamente para as metas, especialmente na redução do desmatamento. No entanto, o Plano Setorial de Energia não menciona um cronograma para a redução da produção de petróleo e gás, levando especialistas a considerá-lo "pouco ambicioso".

Marta Salomon, do Instituto Talanoa, questiona a ausência de um plano para afastar os combustíveis fósseis, afirmando que não há indicações de redução na produção de petróleo. Suely Araújo, do Observatório do Clima, reforça que o plano não apresenta um "phaseout" dos combustíveis fósseis, o que é crucial para a mitigação das emissões.

O Brasil, que busca se tornar o quarto maior produtor de petróleo do mundo, enfrenta um dilema: enquanto planeja aumentar a produção, não estabelece medidas claras para reduzir o consumo interno. A análise da organização Oil Change International indica que o país está entre os dez que mais devem expandir a produção de petróleo e gás até 2035.

Desafios e Oportunidades

A matriz elétrica brasileira é uma das mais limpas do mundo, mas a dependência de combustíveis fósseis ainda é significativa. O plano prevê que a porcentagem de energias renováveis na matriz elétrica seja de 82,7% em 2030. Contudo, Salomon alerta que esse percentual já caiu de 88,2% no ano anterior, o que é preocupante.

Ricardo Fujii, do WWF-Brasil, destaca que o Brasil precisa de uma discussão estruturada sobre a transição energética para descarbonização. Ele argumenta que o país tem potencial para liderar essa transição, adotando energias renováveis de forma mais eficaz do que outros países. A falta de um plano claro para a redução dos combustíveis fósseis pode comprometer a credibilidade do Brasil nas discussões climáticas internacionais.

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