- Pesquisadoras argentinas utilizam moscas necrófagas para ajudar em investigações de mortes, como afogamentos e homicídios.
- Moira Battán e Ana Pereira são especialistas em entomologia forense e atuam em universidades argentinas.
- As moscas da família Calliphoridae detectam corpos em decomposição rapidamente e suas larvas ajudam a determinar o intervalo pós-morte.
- Um caso em 2020 envolveu uma turista que se afogou; a análise das larvas indicou o estado da vítima antes da morte.
- As pesquisadoras destacam a importância da colaboração entre ciência e Justiça para preservar a memória de vítimas esquecidas.
Entomologia Forense e a Justiça
Pesquisadoras argentinas estão utilizando moscas necrófagas para auxiliar em investigações de mortes, como afogamentos e homicídios. Moira Battán e Ana Pereira, da Universidade Nacional de Córdoba e da Universidade Nacional do Comahue, respectivamente, são especialistas em entomologia forense e peritas judiciais.
Esses insetos, especialmente da família Calliphoridae, são capazes de detectar um corpo em decomposição quase imediatamente após a morte. A presença de larvas pode ajudar a determinar o intervalo pós-morte (IPM), essencial para esclarecer as circunstâncias de falecimentos em situações desconhecidas. Pereira explica que as moscas primeiro avaliam o ambiente antes de depositar seus ovos, garantindo a proteção de suas crias.
Casos Reais
Um exemplo notável ocorreu em 2020, quando uma turista se afogou em um rio na Argentina. As moscas infestaram suas feridas antes de sua morte, indicando um estado de abandono. Battán destaca que a análise das larvas pode revelar não apenas o momento da morte, mas também a condição da vítima antes de falecer.
Outro caso envolveu o corpo de um homem encontrado em um veículo enterrado. A análise da fauna cadavérica, incluindo larvas de moscas e escaravelhos, permitiu aos investigadores determinar o tempo decorrido entre o enterro e a entrada de outros insetos, ajudando a esclarecer o crime.
Importância da Interdisciplinaridade
As pesquisadoras ressaltam a importância da colaboração entre a ciência e o sistema judiciário. O trabalho interdisciplinar é crucial para garantir que a ciência e os insetos possam ajudar a preservar a memória de vítimas esquecidas. A entomologia forense não apenas fornece dados sobre o tempo de morte, mas também pode indicar a estação do ano em que ocorreu, contribuindo significativamente para as investigações.