Número de mortos por remédio contaminado na Argentina sobe para 96
A crise de saúde na Argentina gera pânico com 96 mortes e investigações sobre a farmacêutica HLB Pharma, que teve bens congelados

Familiares de pacientes que morreram após serem tratados com fentanil contaminado durante protesto em frente a hospital na Argentina. (Foto: X/Reprodução)
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Uma grave crise de saúde pública atinge a Argentina desde maio, relacionada ao uso de fentanil contaminado. O número de mortes por infecções bacterianas decorrentes do uso do opioide já chega a 96, com investigações em curso sobre a farmacêutica HLB Pharma. Até o momento, 24 pessoas foram identificadas como suspeitas e tiveram seus bens congelados.
Pacientes internados em diversos hospitais receberam fentanil contaminado, um analgésico potente, para tratamento de dor ou anestesia. As infecções foram causadas por cepas de Klebsiella pneumoniae e Ralstonia pickettii, algumas resistentes a antibióticos. A contaminação foi rastreada até a HLB Pharma e o Laboratório Ramallo, onde o fentanil é produzido. Testes da Anmat, agência reguladora de medicamentos da Argentina, confirmaram a presença das bactérias em ampolas de dois lotes do fentanil, um dos quais foi amplamente distribuído.
O proprietário da HLB Pharma, Ariel García Furfaro, negou que as mortes possam ser atribuídas diretamente ao seu produto. Ele afirmou que a empresa retirou o medicamento do mercado e sugeriu que as bactérias poderiam ter sido introduzidas deliberadamente. As autoridades estimam que mais de 300 mil ampolas do fentanil contaminado foram distribuídas, com cerca de 45 mil já administradas antes da retirada.
A situação é considerada sem precedentes na Argentina. A advogada Adriana Francese, que representa familiares de vítimas, destacou a gravidade do caso. O impacto humano é significativo, com relatos de pacientes que faleceram rapidamente após receber o fentanil. A investigação está focada em entender como os lotes contaminados foram fabricados e quais controles de qualidade foram implementados.
As investigações continuam, e o juiz federal Ernesto Kreplak lidera o caso, buscando determinar responsabilidades e a origem da contaminação. A HLB Pharma ainda não enfrenta processos, mas a situação permanece crítica à medida que novos casos são analisados.
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