Melatonina é segura para crianças, mas requer cautela e orientação médica

Nos Estados Unidos, aproximadamente 18% das crianças de 5 a 9 anos utilizam melatonina para problemas de sono, conforme dados da revista JAMA Pediatrics. No Brasil, a venda do suplemento é proibida para menores de 19 anos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), devido à falta de estudos que comprovem sua segurança.

Apesar da proibição, relatos de famílias brasileiras que administram melatonina a crianças sem prescrição médica têm se tornado comuns. O pediatra Paulo Telles, membro da Sociedade Brasileira de Pediatria, alerta para a importância da orientação médica, especialmente para crianças com menos de 5 anos. Ele explica que a melatonina, um hormônio que regula o ciclo circadiano e a qualidade do sono, pode ser benéfica em casos específicos, mas deve ser usada com cautela.

Riscos e Recomendações

Telles ressalta que o uso do suplemento deve ser ajustado conforme a idade da criança. "Quando usada de forma adequada, pode ajudar na regulação do sono e do ciclo circadiano, essenciais para o desenvolvimento neurológico," afirma. No entanto, ele adverte que existem riscos associados ao uso inadequado, incluindo intoxicações e acesso inadvertido ao produto.

A Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda que a melatonina seja considerada apenas em situações específicas, a partir dos 3 anos. Telles enfatiza que "o tratamento não medicamentoso deve ser sempre a primeira opção" para problemas de sono na infância. Muitos pais, no entanto, buscam soluções rápidas para questões complexas relacionadas ao sono infantil.

Dicas para Pais

Antes de recorrer a suplementos, o pediatra sugere que os pais adotem algumas práticas:

1. Estabelecer uma rotina de sono consistente.
2. Criar um ambiente propício para dormir.
3. Limitar o uso de eletrônicos antes de dormir.
4. Incentivar atividades relaxantes à noite.
5. Consultar um médico em caso de dificuldades persistentes.

Essas medidas podem ser eficazes para ajudar as crianças a desenvolverem hábitos saudáveis de sono, evitando a necessidade de intervenções medicamentosas.