CotidianoSaúde

18 de ago 2025

Mulheres enfrentam abandono no sistema de saúde mental do Afeganistão

Centro de saúde mental Qala, em Cabul, enfrenta superlotação e falta de recursos, enquanto mulheres aguardam apoio familiar para deixar a instituição

Centro de saúde mental enfrenta dificuldades para lidar com o número de pacientes. (Foto: BBC)

Centro de saúde mental enfrenta dificuldades para lidar com o número de pacientes. (Foto: BBC)

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O centro de saúde mental Qala, em Cabul, enfrenta uma crise aguda, com 104 mulheres atualmente internadas, muitas delas vítimas de violência doméstica e abandono familiar. Sob o regime do Talibã, as mulheres enfrentam severas restrições que dificultam o acesso a serviços essenciais, incluindo cuidados de saúde mental.

Entre as pacientes, Mariam, que vive no centro há nove anos, relata ter sido expulsa de casa por seus irmãos após sofrer abusos. Ela deseja se casar em Cabul, pois não se sente segura para retornar à família. Habiba, de 28 anos, também está presa na instituição, após ser deixada pelo marido que se casou novamente. Ambas estão prontas para deixar o centro, mas não têm para onde ir.

Crise de Saúde Mental

O aumento da demanda por serviços de saúde mental é alarmante. Um relatório da ONU de 2024 indica que 68% das mulheres no Afeganistão relatam problemas de saúde mental. O psicólogo Abdul Wali Utmanzai observa que 80% de seus pacientes são mulheres, muitas sem suporte familiar. As restrições impostas pelo Talibã dificultam ainda mais o acesso a cuidados, pois as mulheres precisam de um guardião masculino para se deslocar.

O centro Qala, gerido pela Sociedade do Crescente Vermelho Afegão, é um dos poucos locais dedicados ao tratamento de mulheres com problemas mentais. No entanto, a superlotação e a falta de recursos financeiros comprometem a qualidade do atendimento. Pacientes como Zainab, uma adolescente que passou por experiências traumáticas, aguardam por vagas, enquanto outras permanecem sem visitas familiares.

Desafios e Esperanças

As histórias de Mariam, Habiba e Zainab refletem a dura realidade das mulheres afegãs, que lutam contra um sistema que as marginaliza. A falta de apoio e a dependência econômica perpetuam um ciclo de vulnerabilidade. O futuro dessas mulheres no centro de saúde mental é incerto, e a necessidade de uma resposta eficaz para a crise de saúde mental no Afeganistão se torna cada vez mais urgente.

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