16 de jan 2025
Inflação dos ricos supera IPCA em mais de 100%; Itaú revela novo índice econômico
O IPC Private do Itaú revelou inflação de 10% para alta renda em 2024. A variação do dólar, que subiu 27%, impactou fortemente os preços. O IPCA, indicador oficial, registrou apenas 4,83% de inflação no mesmo período. A composição do IPC Private inclui gastos luxuosos, como viagens e educação. Economistas destacam subestimação da inflação para famílias com renda acima de R$ 40 mil.
Times Square em Nova York: valorização do dólar versus o real encarece viagens de brasileiros (Foto: Jeenah Moon/Bloomberg)
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A variação do valor do dólar tem um impacto significativo nas contas dos brasileiros, especialmente em produtos e insumos importados, que encarecem preços de eletrônicos, combustíveis e alimentos. Um novo indicador de inflação, o Índice de Preços ao Consumidor do Itaú Private Bank (IPC Private), revela que a população de alta renda é a mais afetada por essas oscilações cambiais. Em 2024, o dólar subiu 27% em relação ao real, enquanto o IPC Private registrou uma variação de 10%, mais que o dobro do IPCA, que fechou o ano com 4,83%.
A diferença entre os índices se acentuou em anos anteriores, como em 2015, quando o dólar disparou 48% e o IPC Private aumentou 18%, em contraste com os 10,7% do IPCA. A composição do IPC Private inclui itens que refletem melhor os hábitos de consumo da alta renda, como viagens internacionais e educação no exterior, que não são adequadamente representados no IPCA, que abrange famílias com renda de até R$ 56.480.
Os economistas do Itaú Private Bank, incluindo a economista-chefe Gina Baccelli, destacam que o IPCA não considera gastos essenciais para a alta renda, como serviços de luxo e vinhos, que têm peso reduzido no índice oficial. O IPC Private, por sua vez, atribui maior peso a despesas pessoais e habitação, refletindo a realidade de famílias que frequentemente utilizam moeda estrangeira para suas compras.
Para aprimorar o IPC Private, o Itaú planeja incorporar dados proprietários e expandir as fontes de coleta de preços. Embora muitas famílias de alta renda possuam contas offshore, o objetivo é refletir o custo de vida em reais, uma vez que a percepção do poder de compra está diretamente ligada à variação cambial.
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