Dólar alto pressiona preços de eletroeletrônicos, mas especialistas veem incerteza no curto prazo

Brasileiros que planejam renovar eletrodomésticos e eletroeletrônicos em 2025 podem precisar reavaliar suas decisões devido ao dólar alto, que fechou 2024 a R$ 6,179, com uma alta anual de 27%. Apesar de uma leve queda para R$ 6,06 na última semana do ano, a expectativa é de que os preços desses produtos aumentem, já que muitos componentes são importados e negociados em dólar. O professor Michael Roubicek destaca que o impacto é maior em itens como celulares, televisores e notebooks, enquanto a linha branca sofre menos devido à força da indústria local.

Os dados mostram que, entre janeiro e dezembro de 2024, o preço médio dos notebooks subiu 28% e dos smartphones 41%, enquanto os ar-condicionados tiveram uma variação de aproximadamente 9%. Especialistas, como Roberto Kanter, acreditam que, apesar do aumento já observado, não haverá grandes mudanças nos preços no primeiro trimestre de 2025, especialmente para eletrodomésticos, onde as margens de lucro permitem maior competitividade.

A incerteza sobre o comportamento do dólar nos próximos meses pode influenciar a precificação. A estabilidade recente da moeda americana pode resultar em um efeito menos sensível nas renovações de estoques pelas varejistas. Kanter observa que muitos varejistas, com estoques razoáveis, estão adiando compras, o que pode amenizar o impacto imediato da alta do dólar.

A Eletros, associação de fabricantes de produtos eletroeletrônicos, expressou preocupação com a alta da variação cambial, que afeta significativamente os custos de produção no Brasil. Kanter alerta que a crescente complexidade dos produtos eletrônicos pode encarecer consertos, limitando as opções para consumidores. Ele acredita que a estabilidade dos preços no primeiro trimestre dependerá do comportamento do dólar nos meses seguintes.