Economia

Tempestade perfeita: empresas brasileiras adiam investimentos diante de dólar alto e juros elevados

A taxa Selic está em 12,25% ao ano, impactando investimentos e dívidas. Assaí e Frescatto Company adiam projetos devido a custos elevados e incertezas. Recuperação judicial aumentou 70% em 2023, refletindo dificuldades financeiras. Dexco cortou investimentos em 30%, priorizando a redução de custos. Empresas buscam alternativas para insumos dolarizados e ajustam estratégias.

Empresas estão botando o pé no freio. O Assaí, por exemplo, planejava abrir 20 unidades este ano, após um 2024 de alta em vendas, mas a incerteza levou o grupo a reduzir o plano para dez lojas. (Foto: Leo Martins / Agência O GLOBO)

Empresas estão botando o pé no freio. O Assaí, por exemplo, planejava abrir 20 unidades este ano, após um 2024 de alta em vendas, mas a incerteza levou o grupo a reduzir o plano para dez lojas. (Foto: Leo Martins / Agência O GLOBO)

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O cenário econômico brasileiro em 2024 apresenta desafios significativos para empresas de diversos setores, caracterizado por um aumento das despesas e um adiamento de investimentos. Com a taxa Selic em 12,25% ao ano e a expectativa de elevação para 15% até 2025, além da valorização do dólar em 27% no ano anterior, empresários enfrentam um ambiente descrito como uma "tempestade perfeita". A economista Alessandra Ribeiro destaca que a incerteza tanto no Brasil quanto no exterior limita decisões de consumo e investimentos, impactando negativamente a economia.

Um exemplo claro é o Assaí, que reduziu sua previsão de abertura de novos supermercados de 20 para 10 em 2025, visando cortar entre R$ 650 milhões e R$ 750 milhões. O vice-presidente Vitor Fagá de Almeida atribui essa decisão às altas taxas de juros, que afetam diretamente o custo da dívida. A situação é ainda mais crítica para empresas em dificuldades financeiras, com um aumento de 70% nos pedidos de recuperação judicial no último ano, segundo a Seneca.

A Frescatto Company, do setor de pescados, adiou a construção de uma nova fábrica, priorizando a proteção do caixa. Rafael Barata, diretor da empresa, afirma que a incerteza sobre o futuro impede novos investimentos. A Dexco, atuando em construção e decoração, também cortou seu plano de investimentos em 30%, reduzindo de R$ 2,1 bilhões para um valor menor, devido ao impacto da alta do dólar e juros elevados nos custos logísticos e de insumos.

Além disso, a Limppano, fabricante de produtos de limpeza, investiu R$ 50 milhões em 2024, mas prevê um valor menor para este ano. O vice-presidente Tarcísio Bravo Júnior enfatiza a necessidade de revisar despesas e manter o caixa protegido. Com mais de 60% dos insumos atrelados ao dólar, a empresa enfrenta constantes aumentos de custos, refletindo a pressão inflacionária no setor. A combinação de juros altos e um dólar elevado tem levado as empresas a adotar uma postura cautelosa, priorizando a segurança financeira em vez de novos projetos.

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