02 de fev 2025
Venda de "café fake" gera preocupação na indústria brasileira de café
A indústria de café no Brasil enfrenta alta nos preços, afetando consumidores. A Abic denunciou o produto "Oficial do Brasil" por não conter café verdadeiro. A fabricante Master Blends defende seu produto como um subproduto autorizado. O "cafake" é visto como tentativa de enganar consumidores, segundo a Abic. A Abic já alertou sobre a saúde dos consumidores e a integridade do mercado.
Foto: Reprodução
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A venda de produtos com "sabor café", mas que não são o verdadeiro café, tem gerado preocupações na indústria brasileira. O diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), Celírio Inácio da Silva, classificou esses produtos como uma "clara e evidente tentativa de burlar e enganar o consumidor". Recentemente, a Abic identificou a comercialização de um pó que pode ser feito de partes da planta do café, exceto a semente, em Bauru, São Paulo. Um exemplo é o produto denominado Oficial do Brasil, que se apresenta como "bebida sabor café tradicional".
O café arábica atingiu um preço recorde de 3,8105 dólares por libra-peso na bolsa de Nova York, refletindo uma frustração na safra brasileira. A fabricante do Oficial do Brasil, Master Blends, defendeu seu produto como um "subproduto" do café, afirmando que a embalagem deixa claro que não se trata de café puro. A empresa argumentou que não engana os consumidores e comparou sua prática a outras indústrias que utilizam denominações semelhantes.
A alta nos preços do café tem incentivado a venda de produtos "fakes", segundo Silva. Ele destacou que os preços elevados da matéria-prima têm gerado tensão no setor, e a Abic já denunciou o caso ao Ministério da Agricultura e à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), preocupada com a saúde dos consumidores. A Master Blends afirmou ter a autorização da Anvisa para comercializar seu produto, que é vendido a R$ 13,99 por meio quilo, um valor significativamente inferior ao café tradicional, que custa cerca de R$ 30.
A Abic já havia identificado produtos semelhantes no passado, mas não registrava a presença do "cafake" desde 2022. Silva ressaltou que a comercialização desses produtos contraria iniciativas da Abic, que busca garantir a pureza do café. Ele alertou que, se não houver combate a essa prática, os consumidores podem acabar associando o "café" de baixa qualidade a uma experiência negativa, o que pode reduzir o consumo de café de qualidade no Brasil.
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