Economia

Assaí defende venda de medicamentos no atacarejo para garantir ‘preço justo’ ao consumidor

O presidente do Assaí, Belmiro Gomes, defende a venda de medicamentos isentos de prescrição em supermercados, alegando que isso garantiria preços justos e ajudaria a combater a inflação alimentar. A proposta, que está paralisada na Câmara dos Deputados, enfrenta resistência de representantes de farmácias, que criticam a falta de um plano de controle e fiscalização adequado. Gomes argumenta que o Brasil está atrasado em relação a países como Japão e França, onde a venda de medicamentos em supermercados é comum e não gera problemas de automedicação. Executivos de farmácias alertam que a entrada dos supermercados no mercado de medicamentos deve seguir normas rigorosas de controle, como a presença de farmacêuticos nas lojas. A discussão envolve também a preocupação com a margem de lucro das farmácias, que pode ser afetada pela concorrência dos supermercados, gerando resistência à proposta.

Belmiro Gomes (Foto: Silvia Zamboni/Valor)

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O presidente do Assaí, Belmiro Gomes, defendeu a proposta de permitir a venda de medicamentos isentos de prescrição (MIPs) em supermercados, afirmando que a intenção é garantir um “preço justo” aos consumidores, não apenas combater a inflação alimentar. Em sua conta no LinkedIn, ele destacou que, assim como farmácias vendem alimentos, o varejo alimentar poderia comercializar MIPs com regulação e segurança, como já ocorre em diversos países. A proposta, que surgiu em um pacote de sugestões enviado ao governo em novembro, enfrenta resistência de representantes de farmácias, que questionam a viabilidade do controle de preços.

Atualmente, o debate sobre a proposta está paralisado na Câmara dos Deputados, onde existem 11 projetos relacionados ao tema. Gomes argumenta que a venda de MIPs poderia ajudar a reduzir a inflação, uma vez que os supermercados teriam margens mais altas com esses produtos, repassando os ganhos aos preços dos alimentos. No entanto, redes de farmácias criticam essa ideia, afirmando que o mercado de varejo opera de forma autônoma, dificultando um controle contínuo de preços.

O executivo da Raia Drogasil, Eugenio De Zagottis, também se manifestou, ressaltando que a questão não é a entrada dos supermercados no mercado de medicamentos, mas sim a necessidade de seguir as mesmas normas rigorosas de controle e fiscalização que as farmácias devem obedecer. Supermercados teriam que contar com farmacêuticos disponíveis 24 horas e seguir as diretrizes da Anvisa, o que levanta preocupações sobre a falta de um plano claro por parte dos supermercados.

A discussão gira em torno de como os potenciais ganhos de rentabilidade dos supermercados com a venda de remédios sem receita impactariam os preços ao consumidor. Enquanto líderes do setor acreditam que a competição levaria a um repasse de preços, as drogarias permanecem céticas, temendo que a entrada do varejo alimentar comprimisse suas margens, que atualmente variam entre 35% e 38% em itens de venda livre. A questão central permanece: como garantir que os benefícios cheguem efetivamente ao consumidor final.

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