Brasil registra déficit comercial com os Estados Unidos por 16 anos consecutivos

O comércio entre Brasil e Estados Unidos tem sido historicamente favorável aos americanos, com um saldo superavitário de US$ 48,21 bilhões para os EUA desde 1997, conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Desde 2009, o Brasil enfrenta déficits comerciais consecutivos, totalizando US$ 88,61 bilhões em importações superiores às exportações. Em 2023, o déficit foi de US$ 253 milhões, com exportações de US$ 40,33 bilhões e importações de US$ 40,58 bilhões.

Apesar da relação comercial modesta, representando apenas 1,3% das importações totais dos EUA, os investimentos americanos no Brasil são significativos. Os Estados Unidos lideram em termos de investimento direto, tanto como "investidor imediato" quanto "controlador final". A Câmara Americana de Comércio no Brasil (Amcham Brasil) destaca que a relação é benéfica, com setores como o aeronáutico exemplificando a interdependência entre os países.

Recentemente, o presidente Donald Trump manifestou intenções de aumentar tarifas sobre produtos importados, incluindo os brasileiros, alegando que o Brasil aplica tarifas excessivas. A proposta de equiparar tarifas entre os países poderia impactar significativamente as exportações brasileiras, que enfrentam uma média de 11,2% de tarifas, em contraste com 1,5% dos EUA sobre produtos brasileiros.

O déficit comercial dos EUA também aumentou, alcançando US$ 98,4 bilhões em dezembro de 2024, refletindo uma estratégia de Trump para proteger a produção interna e ajustar políticas comerciais. As tarifas gerais de 10% sobre importações da China já estão em vigor, e a administração Trump busca implementar medidas semelhantes em relação a outros parceiros comerciais, incluindo o Brasil.