13 de fev 2025
Vendas no varejo caem 0,1% em dezembro, mas fecham 2024 com alta de 4,7%
O varejo brasileiro cresceu 4,7% em 2024, o melhor resultado desde 2012. Apesar do crescimento, houve queda de 0,1% em dezembro, sinalizando estabilidade. Setor farmacêutico se destacou com alta de 14,2%, enquanto livros caíram 7,7%. Expectativas para 2025 indicam desaceleração econômica e redução da renda real. A inflação e juros altos impactam o consumo, tornando o mais cauteloso.
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As vendas no varejo brasileiro apresentaram um leve recuo de 0,1% em dezembro de 2024 em comparação ao mês anterior, mas registraram um crescimento de 2,0% em relação ao mesmo mês do ano anterior, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A expectativa de analistas era de estabilidade mensal e um aumento de 3,5% na comparação anual. Apesar do desempenho positivo no ano, com um crescimento total de 4,7%, o setor enfrenta sinais de desaceleração, com dois meses consecutivos de queda.
Analistas apontam que a economia pode estar perdendo força, embora ainda não se caracterize uma desaceleração. Rodolpho Tobler, pesquisador do FGV Ibre, observa que a queda em dezembro é mínima e sugere uma acomodação no consumo após um ano de resultados favoráveis. Ele prevê uma desaceleração da atividade econômica em 2025, destacando que o cenário macroeconômico se tornou mais desafiador. Felipe Tavares, economista-chefe da CNC, ressalta que o crescimento das receitas foi superior ao aumento do volume de vendas, indicando uma remarcação de preços devido à inflação.
O setor farmacêutico se destacou em 2024, com um crescimento de 14,2%, enquanto as vendas de livros e papelaria caíram 7,7%. A estabilidade nas vendas nos últimos meses do ano, com uma variação negativa de 0,1% em dezembro, ocorre sobre uma base elevada, conforme Cristiano Santos, gerente da pesquisa. Setores como veículos e motos, e material de construção também apresentaram altas significativas, enquanto o atacado de alimentos e bebidas teve um recuo de 7,1%, refletindo os efeitos da inflação na renda das famílias.
Gilberto Braga, professor do Ibmec, destaca que a antecipação das compras na Black Friday pode ter influenciado o comportamento do consumidor, que tende a ser cauteloso em um cenário econômico incerto. A alta da inflação e os juros elevados são fatores que desestimulam o consumo, especialmente de bens duráveis. O volume de vendas no varejo restrito fechou o ano com uma alta de 4,7%, mas a queda de 0,1% em dezembro indica uma possível retração no início de 2025.
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