24 de fev 2025
Alimentação consome 22% da renda das famílias mais pobres e acentua desigualdade econômica
A alimentação consome 22,61% do orçamento das famílias de baixa renda, alta significativa. Desde 2020, a inflação alimentar acumulou 55,87%, superando a inflação média. Fenômenos climáticos e guerra na Ucrânia impactaram severamente os preços. Famílias de alta renda também sentem o impacto, com 11,32% do orçamento em alimentos. O governo busca soluções, como estoques reguladores e pesquisas em genética agrícola.
Balcão de carnes em supermercado de São Paulo: a proteína ficou 20% mais cara em 2024 e deve subir 6% este ano. (Foto: Victor Moriyama/Bloomberg)
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Os preços dos alimentos no Brasil têm gerado preocupação crescente entre os consumidores, especialmente em 2025. Secas, enchentes, a pandemia e a guerra na Ucrânia contribuíram para o aumento significativo dos custos, que agora consomem 22,61% do orçamento das famílias de baixa renda, um aumento em relação a 18,44% em janeiro de 2018. Apesar do aumento do salário mínimo, a inflação alimentar acumulada desde 2020 é de 55,87%, superando a inflação média de 33,46% no mesmo período.
O impacto da inflação alimentar é mais intenso entre os mais pobres, que enfrentam um comprometimento de 29% do orçamento com alimentação. Edson Falcão Júnior, vigilante de 44 anos, relata que a alta nos preços o levou a ajustar seu plano de saúde e a buscar alternativas mais baratas no supermercado. Mesmo famílias com renda acima de 30 salários mínimos sentem o peso, com gastos com alimentos subindo de 9,23% para 11,32% do total.
Os fenômenos climáticos, como El Niño e La Niña, têm exacerbado a situação, dificultando o controle da inflação. O economista André Braz destaca que a frequência desses eventos climáticos tem aumentado, complicando ainda mais a oferta de alimentos. A Embrapa está desenvolvendo sementes mais resistentes, mas a rápida mudança climática e o surgimento de pragas, como o enfezamento do milho, representam desafios adicionais.
As expectativas para 2025 indicam uma inflação alimentar de 3,91%, mas a alta dos preços continua a ser um desafio para o governo. O IPCA deve apresentar uma alta acima de 1% em fevereiro, impulsionada por aumentos nas tarifas de energia e reajustes sazonais. A situação exige atenção, pois o aumento contínuo dos preços dos alimentos impacta diretamente o poder de compra da população.
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