Funcef reduz em 43% contribuição extra de beneficiários após aprovação da Previc

A Funcef, fundação de previdência complementar dos funcionários da Caixa Econômica Federal, anunciou a aprovação de ajustes significativos em seu segundo maior plano previdenciário, resultando em uma redução de 43% na contribuição adicional exigida de mais de 53 mil participantes, incluindo empregados ativos e aposentados. A decisão, respaldada pela Previc, foi publicada no Diário Oficial da União e permitirá que os participantes paguem menos até 2036, embora o prazo do equacionamento tenha sido prorrogado em seis anos e algumas regras tenham se tornado mais rígidas, com cortes de benefícios.

O processo de renegociação teve início em maio do ano passado, envolvendo reuniões entre a Funcef, a Caixa e entidades representativas dos empregados. A Funcef destacou que 67% dos participantes que se manifestaram em consulta pública apoiaram as mudanças. O presidente da Fenacef, Valfrido Oliveira, afirmou que o novo equacionamento "corrige uma injustiça" que afetava aposentados, permitindo uma aposentadoria mais estável financeiramente.

Com as novas regras, a Funcef estima uma economia de R$ 2,7 bilhões, que será compensada pela Caixa com um aporte equivalente. A renegociação foi aprovada em diversos conselhos e recebeu a anuência da Sest, secretaria do Ministério do Planejamento. As mudanças no regulamento do plano incluem ajustes nas condições para recebimento de pensão por morte e foram motivadas pela necessidade de equacionar déficits, conforme a resolução de 2018 do Conselho Nacional de Previdência Complementar.

Atualmente, o déficit do segundo maior plano da Funcef é de R$ 14 bilhões, mas com o novo equacionamento, R$ 5,4 bilhões desse valor serão abatidos. A Funcef também reportou um superávit de R$ 1,2 bilhão em 2024, com resultados positivos nos últimos dois anos, atribuídos a uma estratégia de investimento focada em renda fixa e vendas de imóveis. A fundação continua a implementar essa estratégia, tendo vendido o Novotel Barra da Tijuca por R$ 58 milhões, seguindo diretrizes do Conselho Monetário Nacional para a gestão de carteiras imobiliárias.