Oaktree projeta crescimento na captação de recursos com foco no Brasil

A Oaktree Capital Management está intensificando sua atuação no Brasil, buscando capitalizar o crescente interesse dos investidores locais em diversificar seus portfólios para fora do país. Em 2023, o Brasil destacou-se como a região de maior crescimento na estratégia de crédito global da Oaktree, que administra US$ 14 bilhões. Um feeder fund, que oferece acesso ao fundo de crédito global, cresceu 70%, alcançando R$ 1,8 bilhão, e a base de clientes aumentou 25%, totalizando 13.000 clientes, conforme informou Bernardo Queima, CEO da Gama Investimentos.

Wayne Dahl, gestor da Oaktree, comentou que, apesar das taxas de juros locais em alta, que atualmente estão em 13,25% e podem chegar a 15% até o final do ano, os investidores estão percebendo a importância de diversificar além dos mercados locais. Tradicionalmente, investidores da América Latina, especialmente no Brasil, preferem aplicações em renda fixa que oferecem retornos de dois dígitos com baixo risco. O feeder fund pode atingir R$ 10 bilhões sob gestão nos próximos 18 meses, embora não haja metas específicas de captação.

A Oaktree não planeja abrir um escritório no Brasil e continuará operando por meio de sua parceira local. Após uma queda significativa no final de 2024, os ativos locais se recuperaram, mas o cenário permanece desafiador devido a incertezas fiscais e questões políticas regionais. O Federal Reserve dos EUA e as políticas tarifárias de Donald Trump também influenciam a dinâmica dos mercados emergentes.

Embora a Oaktree não tenha revelado detalhes sobre suas alocações no fundo de crédito global, Dahl mencionou que a opção de investir em mercados emergentes, incluindo o Brasil, está disponível. O fundo prioriza a dívida corporativa em mercados desenvolvidos, mas a Oaktree possui uma estratégia específica para mercados emergentes, gerida por uma equipe distinta. Dahl observou que, nos últimos 12 a 24 meses, a empresa foi mais ativa como vendedora do que compradora em mercados emergentes, destacando a necessidade de um prêmio para justificar investimentos fora dos mercados desenvolvidos.