PRIORIDADE - Silo de grãos: a falta de armazéns é o maior problema dos agricultores (Foto: Victor Moriyama/Bloomberg/Getty Images)

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Brasil projeta recorde na safra de grãos em 2025, mas infraestrutura precária gera perdas no agro - Brasil projeta recorde na safra de grãos em 2025, mas infraestrutura precária gera perdas no agro

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Nas últimas semanas, vídeos nas redes sociais mostraram longas filas de caminhões no porto de Miritituba, no Pará, aguardando para descarregar soja. Este porto é crucial para as exportações de grãos de Mato Grosso, mas a situação revela um problema crônico no Brasil: a infraestrutura logística precária que compromete os ganhos do agronegócio. Com uma safra recorde prevista de 328 milhões de toneladas de grãos, incluindo 167 milhões de toneladas de soja, os custos de transporte aumentaram entre 10% e 15%, impactando os preços nos supermercados.

A falta de armazéns é a raiz do problema. Enquanto a produção de grãos cresce anualmente em 10 milhões de toneladas, a capacidade de armazenamento avança apenas 5 milhões. Atualmente, o Brasil possui espaço para armazenar 211 milhões de toneladas, o que representa apenas 64% da colheita de 2025. O foco dos agricultores, até recentemente, era aumentar a produção, enquanto a estocagem era responsabilidade de grandes empresas e cooperativas. Agora, há uma mudança de foco, com um aumento nos investimentos em armazenagem.

Construir armazéns no Brasil enfrenta desafios significativos, como a burocracia e a falta de financiamento adequado. Esses obstáculos levam muitos produtores a optar por não investir, resultando em uma necessidade urgente de escoar a colheita rapidamente. Isso gera dois problemas: o aumento dos custos de frete, que subiram entre 50% e 70% em um mês, e a oscilação de preços agrícolas, que afeta a rentabilidade do setor. A falta de infraestrutura adequada, como boas estradas e um sistema ferroviário eficiente, agrava ainda mais a situação.

Além dos gargalos logísticos, a greve dos auditores da Receita Federal, que já dura mais de 100 dias, também impacta o comércio exterior. Embora a maioria das exportações siga sendo despachada automaticamente, as importações estão severamente afetadas, com 75 mil encomendas retidas e prejuízos estimados em R$ 12 bilhões. Essa situação não só prejudica setores que dependem de produtos importados, como também afeta as contas públicas, com uma estimativa de R$ 15 bilhões em tributos não arrecadados.

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