24 de abr 2025

A inflação que dói menos
Fonte
Economia

Arminio Fraga sugere congelar salário mínimo por seis anos para conter gastos públicos

Ex presidente do Banco Central, Arminio Fraga, sugere congelar aumentos reais do salário mínimo por seis anos, impactando a população de baixa renda.

Ilustração de Catarina Pignato (Foto: Catarina Pignato)

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O ex-presidente do Banco Central, Arminio Fraga, sugeriu o congelamento dos aumentos reais do salário mínimo por seis anos. A proposta visa conter os gastos obrigatórios, especialmente com a Previdência e benefícios assistenciais, como o Benefício de Prestação Continuada (BPC).

Fraga argumenta que essa medida ajudaria a controlar a inflação, mas críticos alertam que a proposta penaliza a população de menor renda. O governo já reconheceu que o crescimento das despesas é incompatível com o novo arcabouço fiscal, o que dá suporte técnico à ideia, mas impacta diretamente quem depende do salário mínimo.

A inflação é especialmente prejudicial para os mais pobres, segundo Fraga, que vê o descontrole fiscal como um fator que corrói o poder de compra dessa população. O congelamento do salário mínimo, mesmo com correção pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), pode resultar em perdas reais para as famílias de baixa renda.

A proposta levanta questões sobre a eficácia de limitar os reajustes ao INPC, que reflete a variação de preços de uma média ponderada de itens de consumo. Isso pode ocultar aumentos significativos em bens essenciais, como alimentos e transporte, que impactam mais fortemente os orçamentos das camadas mais vulneráveis.

Dados mostram que a inflação não é homogênea. Em 2021, por exemplo, algumas regiões registraram variações acima da média nacional. Em 2024, localidades como São Luís superaram o INPC nacional, o que indica que a correção nominal pode não ser suficiente para evitar perdas reais.

Limitar os reajustes do salário mínimo pode ser um retrocesso, especialmente em um contexto onde mais de 25% dos lares enfrentam insegurança alimentar. A vigilância sobre as contas públicas é necessária, mas deve ser equilibrada com a justiça social. Ajustar as contas não pode significar normalizar a perda de renda dos mais pobres.

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