13 de jun 2025

Mercado revisa projeção da dívida e sinaliza piora no resultado primário
Economistas ajustam previsões da dívida pública, mas déficit primário se agrava. Governo propõe cortes e aumento do IOF, enfrentando resistência no Congresso.
Foto: Reprodução
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Economistas consultados pelo Ministério da Fazenda revisaram as previsões da dívida pública brasileira, melhorando as estimativas para 2025 e 2026, mas aumentando as expectativas de déficit primário. O relatório Prisma Fiscal de junho indica que a dívida bruta do governo geral deve atingir 80,10% do PIB em 2025, uma leve redução em relação aos 80,30% projetados em maio. Para 2026, a previsão é de 84,17% do PIB, abaixo dos 84,49% anteriores.
Entretanto, as projeções para o resultado primário pioraram. A expectativa agora é de um saldo negativo de R$74,725 bilhões em 2025, superando o déficit de R$72,687 bilhões estimado anteriormente. Para 2026, o déficit primário deve chegar a R$81,488 bilhões, em comparação a R$80,690 bilhões do mês passado. Essas estimativas estão distantes das metas do governo de déficit zero em 2025 e superávit de 0,25% do PIB em 2026.
Aumento nas Despesas
O aumento nas projeções de déficit está ligado a uma elevação nas despesas totais do governo central. Para 2023, a previsão de gastos subiu para R$2,393 trilhões, de R$2,383 trilhões anteriormente. Para 2024, a estimativa é de R$2,567 trilhões, acima dos R$2,545 trilhões projetados em maio. Em contrapartida, a expectativa de receita líquida também aumentou, com entradas previstas de R$2,317 trilhões em 2025 e R$2,471 trilhões em 2026.
O mercado expressa preocupação com a capacidade do governo de controlar as contas públicas, especialmente diante do aumento nas taxas de juros pelo Banco Central, que eleva o custo da dívida. Para tentar cumprir as regras fiscais, o governo anunciou cortes de R$31,3 bilhões em gastos e uma elevação no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), o que gerou resistência no Congresso.
Impasse no Congresso
A proposta de aumento do IOF enfrentou forte reação negativa, levando a negociações entre a equipe econômica e líderes parlamentares. Um novo decreto sobre o IOF foi publicado, com recuos em relação à proposta original. No entanto, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, sinalizou que a proposta pode enfrentar resistência, indicando que os parlamentares desejam sustar o decreto.
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