25 de jun 2025

Eduardo Giannetti descarta risco de precipício fiscal para o Brasil hoje
Economistas alertam para a urgência de um ajuste fiscal no Brasil, destacando a necessidade de mudanças constitucionais para flexibilizar o orçamento.

O autor Eduardo Giannetti durante bate papo na Feira do Livro de São Paulo. (Foto: Rafaela Araújo/Folhapress)
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Brasil ainda tem tempo para ajuste fiscal, afirma economista
O Brasil enfrenta um cenário fiscal desafiador, com projeções de déficit primário de R$ 83,1 bilhões até 2025, segundo a Instituição Fiscal Independente (IFI). Durante o Anbima Summit, o economista e filósofo Eduardo Giannetti destacou que ainda há tempo para um ajuste fiscal antes que uma crise econômica se instale. Ele enfatizou a importância de agir rapidamente para evitar um agravamento da situação.
Giannetti acredita que as mudanças necessárias podem ocorrer apenas no próximo governo, que assumirá em 2027. Ele comentou que o atual governo, em fim de mandato e com baixo capital político, não deve avançar em questões fiscais. "Não tenho esperança que esse governo consiga avançar em questões de estado," afirmou.
Necessidade de Mudanças
Carlos Kawall, economista e sócio-fundador da consultoria Oriz, também participou do painel e questionou a viabilidade de um ajuste fiscal em meio à polarização política. Para ele, é essencial realizar mudanças constitucionais que permitam maior flexibilidade orçamentária. "Não podemos ter o pé no fundo do acelerador do gasto estatal," disse Kawall, defendendo a desindexação dos gastos.
Giannetti criticou a rigidez orçamentária atual, ressaltando que a maior parte da arrecadação é destinada ao pagamento da Previdência e juros da dívida pública. Ele apontou que a carga tributária no Brasil gira em torno de 34% do PIB, o que é excessivo para um país que ainda enfrenta problemas básicos, como a falta de saneamento básico e um sistema educacional deficiente.
Foco nos Gastos Públicos
A economista-chefe do Santander Brasil, Ana Paula Vescovi, também abordou a importância de melhorar a eficiência dos gastos públicos. Ela sugeriu que uma avaliação dos serviços prestados pelo Estado poderia resultar em uma "revolução silenciosa". Vescovi alertou para a necessidade de um equilíbrio entre a demanda por mais serviços e a disposição para pagar impostos.
O debate sobre o ajuste fiscal e a qualidade dos serviços públicos no Brasil continua a ser uma questão central, com especialistas apontando a urgência de ações concretas para evitar uma crise econômica mais profunda.
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