04 de jul 2025


Preços ao produtor no Brasil registram a maior queda em quase dois anos
Deflação de 1,29% no Índice de Preços ao Produtor indica queda contínua nos preços, impactando setores industriais e consumidores.

Espigas de milho (Foto: REUTERS/Carlos Garcia Rawlins)
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SÃO PAULO (Reuters) – O Brasil registrou uma deflação de 1,29% no Índice de Preços ao Produtor (IPP) em maio, a maior queda desde junho de 2023. O resultado, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), reflete uma tendência de queda nos preços em diversas atividades industriais. Este é o quarto mês consecutivo de resultados negativos, após uma sequência de 12 meses de alta.
A deflação foi impulsionada pela redução nos preços de commodities e pela valorização do real. De acordo com Murilo Alvim, gerente da pesquisa no IBGE, a diminuição dos preços de insumos impactou a produção em vários setores. O índice acumulado em 12 meses ainda apresenta uma alta de 5,78%.
Entre as 24 atividades analisadas, 17 mostraram queda nos preços. Os setores mais afetados foram alimentos, com uma redução de 1,33%, e refino de petróleo e biocombustíveis, que contribuíram com 0,28 ponto percentual para a deflação. A queda nos preços de commodities, como cana-de-açúcar e soja, foi um fator determinante, especialmente durante o período de safra.
Análise do Cenário
Os bens intermediários, essenciais para a produção industrial, também apresentaram uma queda significativa de 2,37%. Por outro lado, os preços de bens de capital recuaram apenas 0,02%, enquanto os bens de consumo permaneceram estáveis.
O professor de Economia do Ibmec, Thiago Moraes Moreira, destaca que a queda no IPP pode gerar pressão para a redução dos preços ao consumidor, embora essa relação não seja automática. A diminuição nos custos de insumos não garante que os preços finais também diminuam, pois os produtores podem optar por aumentar suas margens de lucro.
A valorização do real, que atualmente está em torno de R$ 5,40, também desempenha um papel crucial na formação de preços, especialmente para insumos importados. Essa valorização contrasta com o início do ano, quando a moeda estava próxima de R$ 6.
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