Economia

Indústria extrativa cresce seis vezes no PIB, enquanto construção despenca pela metade

Indústria extrativa cresce no PIB, enquanto construção civil enfrenta desafios com juros altos e falta de investimentos.

Complexo de extração de minério da Vale em Canaã dos Carajás (PA) - Felipe Borges - 23.jul.24/Folhapress (Foto: Felipe Borges - 23.jul.24/Folhapress)

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Em três décadas, a indústria extrativa no Brasil viu sua participação no PIB crescer de 0,7% para 4,2%, conforme dados do IBGE. Em contrapartida, a construção civil sofreu uma queda significativa, passando de 7% para 3,6% do PIB entre 1995 e 2024. A indústria de transformação também enfrentou desafios, reduzindo sua fatia de 16,8% para 14,4% no mesmo período.

O crescimento da indústria extrativa é impulsionado pela demanda externa e pela valorização das commodities, especialmente no setor de mineração e petróleo. O economista-chefe da consultoria MB Associados, Sergio Vale, destaca que as exportações para a China e o desenvolvimento do pré-sal, iniciado em 2008, foram fatores cruciais para esse aumento.

Por outro lado, a construção civil enfrenta dificuldades devido a juros altos e instabilidades no mercado imobiliário. O gerente de análise econômica da CNI, Marcelo Azevedo, aponta que a falta de investimentos em infraestrutura e problemas regulatórios têm freado o crescimento do setor. A desindustrialização, embora não exclusiva do Brasil, ocorre em um contexto de renda per capita inferior ao de outros países que passaram por fenômenos semelhantes.

Desafios e Oportunidades

A indústria como um todo, incluindo eletricidade e gás, viu sua participação no PIB cair de 27% para 24,7%. Enquanto isso, o setor de serviços cresceu de 67,2% para 68,8%. O professor da PUC-RS, Gustavo Inácio de Moraes, observa que o Brasil está se especializando em indústrias ligadas ao agronegócio, refletindo uma tendência que deve persistir.

Analistas ressaltam que a redução do Custo Brasil é fundamental para impulsionar a indústria. A agenda do governo Lula busca enfrentar esses desafios, mas a alta taxa de juros e incertezas externas podem dificultar o crescimento. O economista Rafael Cagnin, do Iedi, enfatiza que a transformação industrial não tem crescido na mesma proporção que a economia, devido a gargalos como burocracia e infraestrutura.

A indústria extrativa, por sua vez, deve continuar a se beneficiar de inovações e tecnologias, especialmente no setor de petróleo. Vale acredita que o Brasil deve focar em nichos específicos, como a transição energética, para garantir um desempenho positivo nos próximos anos.

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