09 de jul 2025
Colchões devem ter aumento de 20% após elevação de impostos, alerta setor
Medida antidumping sobre poliol pode elevar preços de colchões em até 20%, impactando indústrias e gerando risco de desabastecimento.

Indústria de colchões teme aumento de preços por medida antidumping do governo (Foto: Divulgação /Hotel Fasano Boa Vista)
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A Associação Brasileira da Indústria de Colchões (Abicol) alertou que a nova medida antidumping do governo sobre o poliol, insumo essencial na produção de espumas, pode elevar os preços dos colchões em até 20%. A resolução, publicada no Diário Oficial da União em 4 de agosto, impõe sobretaxas às importações de polióis poliéteres da China e dos Estados Unidos por um período de até cinco anos. Essa decisão visa corrigir práticas desleais de comércio, conforme declarado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
Mais da metade do poliol consumido no Brasil é importado, representando até 55% da composição da espuma e 35% do custo final de um colchão. A Abicol expressa preocupação com o impacto da medida, que pode afetar também o preço de móveis estofados e assentos de veículos. A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) ainda não se manifestou sobre possíveis aumentos de preços no setor automotivo.
Riscos para a Indústria
A Abicol destaca que o impacto será mais severo para micro e pequenas empresas, que possuem menor capacidade de absorver custos adicionais. Em regiões fronteiriças, a competição desleal pode se intensificar, já que colchões importados de países vizinhos, que não enfrentam a sobretaxa, podem se tornar mais competitivos. A indústria de colchões e espumas, que conta com mais de 300 fábricas e gera 150 mil empregos diretos e indiretos, pode enfrentar riscos de desabastecimento e fechamento de unidades.
O MDIC informou que atualmente existe apenas um fabricante de poliol no Brasil, a Dow, que é de capital estrangeiro. A Abicol questiona se a capacidade produtiva da empresa é suficiente para atender toda a demanda nacional. Uma investigação realizada pelo MDIC, concluída em maio, indicou práticas de dumping com margens superiores a 100%.
Avaliação de Interesse Público
A portaria de 2023 da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) prevê a abertura de uma avaliação de interesse público para analisar os efeitos econômicos do antidumping. O processo deve ser publicado no Diário Oficial nas próximas semanas e levará cerca de 70 dias para a emissão de recomendações. A Abicol está em diálogo com o governo para pleitear a suspensão ou modulação da medida, buscando mitigar os impactos negativos no setor.
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