10 de jul 2025
Nióbio ganha proteção especial para garantir sua exploração sustentável
Minas Gerais propõe usar a Codemig para reduzir sua dívida de R$ 164 bilhões, evitando privatizações e promovendo investimentos sociais.

Cabo de guerra. O governador pretendia privatizar a Codemig, detentora da mina em Araxá. Pacheco, pré-candidato ao comando do estado, é um defensor da federalização (Foto: Léo Lara/CBMM, Andressa Anholete/Agência Senado e Washington Costa/Ministério da Economia)
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O nióbio, metal estratégico com o Brasil detendo 89% da produção mundial e 95% das reservas conhecidas, está no centro da proposta do governo de Minas Gerais para reduzir sua dívida de 164 bilhões de reais. A estatal Codemig, que possui a maior jazida do metal em Araxá, é avaliada entre 30 bilhões e 50 bilhões de reais e será usada como ativo no novo programa de pagamento de dívidas, o Propag.
O Propag, lançado no início de 2023, visa evitar privatizações e promover investimentos sociais, permitindo que estados ofereçam ativos públicos em troca da redução de suas dívidas. O programa pode zerar os juros reais das dívidas estaduais, atualmente em 4% ao ano, caso os estados realizem investimentos em áreas sociais. A proposta permite que até 20% do saldo devedor seja quitado com a transferência de bens.
Minas Gerais, Goiás, Rondônia e Amazônia concentram as jazidas de nióbio, essencial para a indústria automobilística e de energia. O governo de Minas busca evitar a privatização de estatais como Cemig e Copasa, enquanto o governador Romeu Zema tenta usar o Propag para implementar sua agenda liberal. Críticos afirmam que Zema favorece interesses empresariais em detrimento da população.
A Assembleia Legislativa de Minas aprovou, por unanimidade, o repasse da Codemig à União, vinculando-a ao abatimento de 20% da dívida. Essa decisão fortalece a oposição e reduz as chances de venda das estatais. O silêncio do BNDES sobre a aceitação dos ativos gera incertezas, mas a federalização da Codemig pode ser uma alternativa para evitar a privatização, mantendo o nióbio como símbolo de soberania estatal.
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