11 de jul 2025
Reforma tributária: estudo aponta vencedores e perdedores da nova proposta
Reforma Tributária pode elevar preços em serviços em até 40% e aumentar lucros na indústria e varejo, segundo estudo da Omnitax.

Foto: Reprodução
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Enquanto o debate sobre a Reforma Tributária no Brasil gira em torno da proposta de um novo Imposto sobre Valor Agregado (IVA) com alíquota de 28%, um estudo da Omnitax revela impactos significativos para diferentes setores. A análise indica que a reforma pode aumentar os lucros da indústria em até 10 pontos percentuais e do varejo em até 5 pontos, enquanto o setor de serviços pode enfrentar um aumento de preços de até 40%.
A mudança na tributação, que introduz o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), visa simplificar o sistema tributário. Segundo Marcos Camilo, CEO da consultoria Pulse Capital, a ampliação do sistema de créditos tributários beneficiará indústrias e comércios, que possuem cadeias longas de fornecimento. Em contrapartida, prestadores de serviços, que dependem mais de mão de obra, enfrentarão uma carga tributária mais pesada.
Paulo Zirnberger, CEO da Omnitax, destaca que a redução da carga indireta pode ser convertida em lucro ou competitividade. O varejo, por exemplo, pode optar por manter os preços e aumentar os lucros ou reduzir os preços para ganhar participação de mercado. Para a indústria, o ganho potencial é ainda mais expressivo, podendo elevar o resultado operacional em 17 pontos.
Impactos nos Serviços
O setor de serviços, no entanto, apresenta um cenário desafiador. O estudo aponta um aumento médio de 267% na carga tributária, o que exigiria um reajuste de até 40% nos preços cobrados. Zirnberger alerta que, apesar da possibilidade de crédito integral para quem contrata serviços, muitos clientes não aceitarão aumentos dessa magnitude, o que pode levar à busca por fornecedores mais competitivos.
A nova estrutura tributária pode provocar uma reacomodação nos preços da economia. Haroldo da Silva, vice-presidente do Corecon-SP, afirma que a indústria, historicamente mais tributada, será aliviada, enquanto os serviços, antes menos onerados, enfrentarão os maiores impactos. Essa transição exigirá que empresas reavaliem suas cadeias de fornecimento e contratos.
A reforma promete aumentar a transparência, permitindo que o consumidor saiba exatamente quanto paga de imposto na aquisição de bens e serviços. Atualmente, a carga tributária brasileira é de cerca de 33% do PIB, com quase 50% disso incidindo sobre bens e serviços. A expectativa é que a nova tributação, embora ainda alta, seja mais bem distribuída entre os setores, ressaltando a necessidade de uma reforma também sobre a renda.
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