21 de abr 2025
Mudança de mentalidade no trabalho: jovens priorizam bem-estar e equilíbrio entre vida e carreira
A pandemia de Covid 19 transformou a relação das novas gerações com o trabalho, priorizando bem estar e flexibilidade. Bettina Schaller, da World Employment Confederation, destaca que essa mudança não é apenas uma questão geracional, mas uma reavaliação universal dos valores profissionais. Os jovens estão mais vocalizando suas expectativas de equilíbrio entre vida pessoal e profissional, e a desconexão entre suas habilidades e as exigências do mercado é um desafio a ser superado. Schaller enfatiza que a crítica à falta de compromisso dos jovens deve ser repensada, pois eles demonstram entusiasmo e vontade de contribuir. A transformação no ambiente de trabalho exige que empregadores e instituições educacionais colaborem para preparar os jovens para as demandas contemporâneas. A flexibilidade, o aprendizado contínuo e o apoio à saúde mental são essenciais para atrair e reter talentos. Além disso, a executiva observa que a experiência de trabalho é um obstáculo para os jovens, que muitas vezes não conseguem adquirir experiência sem um emprego. Agências de recrutamento podem atuar como intermediárias, ajudando a conectar jovens talentos às oportunidades. A adaptação às novas realidades do mercado de trabalho é crucial, especialmente em regiões como a América Latina, onde iniciativas de aprendizado prático podem melhorar a empregabilidade. Por fim, Schaller ressalta que a cultura organizacional e a ética de trabalho não podem ser totalmente captadas por algoritmos, destacando a importância da interação humana no processo de recrutamento. A colaboração entre todos os envolvidos no mercado de trabalho é fundamental para garantir que as novas gerações estejam preparadas para os desafios do futuro.
Trabalhar em escritórios para fazer uma carreira de muitos anos na mesma empresa pode não ser mais o objetivo de milhões de jovens, diz especialista (Foto: Krisztian Bocsi)
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Executiva aponta reavaliação de valores pós-pandemia e desconexão entre habilidades como fatores para mudança
A discussão sobre o suposto “descompromisso” das novas gerações no ambiente de trabalho ganhou novos contornos. Bettina Schaller, presidente da World Employment Confederation, defende que a pandemia de Covid-19 catalisou uma reavaliação de valores, alterando a relação com o trabalho em diversas faixas etárias.
Schaller explica que a pandemia colocou “muitas coisas em perspectiva”, levando as pessoas a priorizarem o bem-estar pessoal e a flexibilidade. A executiva ressalta que essa mudança não é exclusiva dos jovens, mas eles a expressam de forma mais aberta.
Jovens vocalizam expectativas e buscam equilíbrio
A especialista destaca que os jovens estão cada vez mais claros sobre suas expectativas em relação ao equilíbrio entre vida pessoal e profissional, além da importância da saúde mental. Para Schaller, não se trata de falta de vontade, mas de uma nova forma de encarar o trabalho.
“Os jovens têm vontade. Há um entusiasmo genuíno em participar de trabalhos produtivos”, afirma. A questão central, segundo ela, é a desconexão entre as habilidades que os jovens possuem e as exigências do mercado.
Modelos tradicionais podem ser ineficazes
Schaller alerta que modelos de trabalho que valorizam a exaustão em detrimento das necessidades pessoais podem não ser mais eficazes para atrair e reter talentos. A executiva sugere que o mercado precisa se adaptar a essa nova perspectiva, em vez de resistir.
A World Employment Confederation atua para facilitar a entrada de jovens no mercado de trabalho, enfrentando desafios como o “paradoxo da experiência” – a exigência de experiência para conseguir um emprego, sem oportunidades para adquiri-la.
Agências de recrutamento como ponte para o mercado
A executiva enfatiza o papel das agências de recrutamento como “trampolim” para os jovens, oferecendo a oportunidade de adquirir experiência inicial, mesmo que temporária. Ela ressalta que essa experiência pode ser decisiva na trajetória profissional.
Schaller também destaca a importância de repensar os processos de recrutamento, que muitas vezes dependem de algoritmos que não captam as nuances da cultura organizacional. A executiva defende a promoção de culturas de trabalho que valorizem o bem-estar humano e o aprendizado contínuo.
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