Economia

Rejeição à CLT provoca escassez de mão de obra na indústria brasileira

Indústria brasileira enfrenta dificuldades para contratar, enquanto jovens buscam flexibilidade e preferem trabalho autônomo.

Contrato de trabalho com carteira assinada perdeu atratividade (Foto: Adriana Toffetti/Ato Press/Folhapress)

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A rejeição à CLT e a saída de milhões de jovens do mercado de trabalho estão contribuindo para um apagão de mão de obra na indústria brasileira. A taxa de desemprego, que está em 7%, é a menor desde 2012, mas muitos jovens buscam maior flexibilidade, o que dificulta a contratação.

Uma pesquisa recente revela que 59% dos brasileiros preferem trabalhar por conta própria. O levantamento, realizado pelo Datafolha, mostra que a atratividade do emprego formal diminuiu, com 31% dos entrevistados priorizando salários mais altos em vez de registro em carteira. Em contrapartida, a valorização da CLT caiu de 77% para 67% desde 2022.

Dificuldades na Contratação

Dados da Fiesp indicam que 20,5% das indústrias paulistas não conseguiram contratar novos empregados entre janeiro e março de 2024. Para 77,1% das empresas, o processo de busca por candidatos é classificado como difícil. A pesquisa do instituto Locomotiva aponta que 63% dos entrevistados acreditam que o trabalho formal oferece pouca flexibilidade.

A preferência por trabalhar por conta própria é evidente, com 58% dos entrevistados considerando essa a principal escolha. Apenas 15% optariam pelos serviços, 12% pelo comércio e 11% pela indústria. A pesquisa também revela que apenas 36% dos trabalhadores consideram salários e benefícios como fatores cruciais na escolha de um emprego.

Mudanças no Mercado de Trabalho

Renato Meirelles, presidente do instituto Locomotiva, destaca que o tempo é o ativo mais valorizado pelos trabalhadores atualmente. A rigidez da jornada de trabalho formal contrasta com a flexibilidade oferecida por novas formas de trabalho, como aplicativos de transporte e vendas online.

Marcello Souza, do Senai-SP, observa que a participação de jovens no mercado formal da indústria paulista caiu de 21,5% em 2006 para 13% atualmente. A tecnologia e as oportunidades em plataformas digitais têm ampliado as opções de trabalho fora do modelo tradicional.

A saída de 2,5 milhões de jovens entre 14 e 24 anos do mercado de trabalho, conforme dados do IBGE, coincide com o aumento da taxa de matrícula em instituições de ensino. 55% dos jovens que deixaram o mercado estão atualmente estudando, o que pode beneficiar a qualificação da mão de obra no futuro.

As empresas enfrentam um desafio crescente para atrair trabalhadores, e a pressão por redução de encargos trabalhistas pode ser uma solução. A necessidade de reformular salários e flexibilizar a carga horária se torna cada vez mais evidente para lidar com essa nova realidade.

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