Empregos de verão para adolescentes nos EUA enfrentam risco de extinção

Ugenie Labranche, de 16 anos, enfrenta dificuldades para conseguir um emprego de verão em Jenkintown, Pensilvânia. Desde janeiro, ela se candidatou a mais de uma dúzia de vagas, mas não obteve respostas. Recentemente, ao ligar para uma loja Dunkin', foi informada de que não havia contratações. A taxa de desemprego entre adolescentes subiu para 13,4% em maio, refletindo um mercado de trabalho cada vez mais restrito.

Adolescentes em todo o país estão lidando com um dos verões mais desafiadores em termos de emprego. Empresas que tradicionalmente contratam jovens estão optando por adultos, devido à incerteza econômica. A expectativa é que haja cerca de 1 milhão de novos empregos de verão para jovens de 16 a 19 anos, o menor número desde 2010, segundo a empresa Challenger, Gray & Christmas.

A economista Alicia Sasser Modestino, da Northeastern University, aponta que a hesitação das empresas em contratar se deve à menor confiança do consumidor e temores sobre gastos. Adolescentes são os mais afetados, pois são frequentemente os últimos a serem contratados e os primeiros a serem demitidos. O turismo, que gera muitos empregos para essa faixa etária, também está em baixa, com uma previsão de queda nos gastos de visitantes internacionais.

Desafios e Iniciativas

Morgan Herb, de 16 anos, começou a buscar emprego em janeiro, mas não recebeu respostas. Após entregar currículos pessoalmente, conseguiu um trabalho como caixa, mas agora busca uma nova oportunidade devido à baixa carga horária. Ela deseja ganhar dinheiro para participar de atividades sociais com amigos.

Shalini Khiani, de 17 anos, teve experiências semelhantes. Após um emprego em um parque de diversões no verão passado, este ano conseguiu uma vaga como estagiária em um acampamento, mas com um salário inferior. Ela observa que muitos empregadores preferem candidatos com experiência anterior, dificultando a entrada de novos trabalhadores.

Organizações como os Boys & Girls Clubs of America estão ajudando adolescentes a se prepararem para o mercado de trabalho. A adesão entre jovens aumentou 14% no último ano, com muitos buscando desenvolver habilidades essenciais. A automação também tem reduzido as oportunidades de empregos de nível básico, complicando ainda mais a situação para os adolescentes.