Nova legislação sobre criptomoedas pode impactar a segurança cibernética nos EUA

Com a mudança de poder em Washington, D.C., espera-se que o novo governo Trump apresente uma série de legislações favoráveis às criptomoedas. Embora o foco tenha sido mais voltado para a indústria do que para a segurança cibernética, essa questão pode impactar a confiança do público em relação às criptomoedas. De acordo com o Pew Research Center, 17% dos adultos americanos já negociaram criptomoedas, mas a confiança no investimento em criptomoedas é baixa, com 63% dos entrevistados afirmando ter pouca ou nenhuma confiança nesse tipo de ativo.

O novo governo tem enfatizado a necessidade de um quadro regulatório para o setor, conforme destacado por Dusty Johnson (R-South Dakota), coautor do Financial Innovation and Technology for the 21st Century Act (FIT21), que aborda a regulamentação de ativos digitais. Embora o FIT21 tenha sido aprovado na Câmara dos Representantes, ele ainda não foi analisado pelo Senado. Johnson acredita que as provisões de cibersegurança contidas na lei serão expandidas na nova administração, com foco na proteção dos ativos digitais e na mitigação de vulnerabilidades cibernéticas.

Entretanto, especialistas expressam ceticismo quanto à ação efetiva em segurança cibernética, considerando que os apoiadores das criptomoedas estão influenciando a nova administração. Jeff Le, da Security Scorecard, observa que a equipe econômica do novo governo tem um histórico de apoio às criptomoedas. Além disso, a indústria de criptomoedas fez contribuições significativas para a campanha eleitoral de 2024, o que pode continuar a influenciar as decisões políticas.

Embora haja potencial para legislações relacionadas à cibersegurança, como a Cryptocurrency Cybersecurity Information Sharing Act de 2022, ainda existem desafios significativos. Steve McNew, da FTI Consulting, destaca que a falta de clareza em torno da definição de criptomoedas e a necessidade de uma estrutura de governança clara podem dificultar a implementação de legislações eficazes. A divisão no Congresso pode complicar ainda mais a criação de um consenso sobre a regulamentação do setor.