Vendas no varejo caem pelo terceiro mês consecutivo com inflação e crédito restrito

As vendas no varejo brasileiro apresentaram um recuo de 0,1% em junho, marcando o terceiro mês consecutivo de queda. Os dados foram divulgados pelo IBGE e refletem a pressão do crédito e a inflação elevada, que ainda impacta o consumo. Apesar desse cenário, o comércio acumula um crescimento de 1,8% no ano até junho.

O segmento de hipermercados e produtos alimentícios foi o principal responsável pela retração, com uma queda de 0,5%. Embora a inflação mostre sinais de desaceleração, o IPCA em junho ficou em 5,35% em 12 meses, acima da meta estabelecida. Cristiano Santos, gerente da Pesquisa Mensal de Comércio, destaca que a base forte de comparação e a resiliência da inflação em itens essenciais, como alimentos, influenciam os resultados.

Desempenho do Varejo

Cinco das oito atividades do varejo registraram queda, incluindo móveis e equipamentos de escritório, que caíram 2,7% e 1,2%, respectivamente. No entanto, setores como vestuário e combustíveis apresentaram crescimento. O varejo ampliado, que inclui veículos e materiais de construção, teve uma queda ainda mais acentuada de 2,5% em junho.

Analistas apontam que a resiliência do mercado de trabalho e estímulos governamentais podem ajudar a mitigar os impactos negativos sobre o consumo. As projeções para o segundo semestre indicam um crescimento próximo da estabilidade, com expectativa de 0,5% de crescimento do PIB no segundo trimestre.

Expectativas Futuras

A valorização do real e o pagamento de precatórios em julho são fatores que podem sustentar o consumo das famílias, mesmo em um ambiente de juros elevados e inflação persistente. O cenário atual do comércio reflete uma combinação de desafios e oportunidades, com a expectativa de que o setor mantenha crescimento, embora em um ritmo mais lento.