Azul confirma que já possui recursos para deixar a recuperação judicial

A Azul Linhas Aéreas anunciou um lucro líquido de R$ 1,29 bilhão no segundo trimestre de 2025, revertendo um prejuízo de R$ 3,56 bilhões no mesmo período do ano anterior. A companhia, que iniciou um processo de recuperação judicial nos Estados Unidos em maio, busca reestruturar sua dívida e melhorar sua saúde financeira após os impactos da pandemia.

O CEO John Rodgerson revelou que a empresa já possui recursos para sair do Chapter 11, mas pode buscar novos financiamentos no mercado. O plano de reestruturação inclui a eliminação de US$ 2 bilhões em dívidas até o final do processo, com a expectativa de saída até 2026. A receita operacional da Azul atingiu R$ 4,94 bilhões, um aumento de 18,4% em relação ao ano anterior, estabelecendo um novo recorde para o segundo trimestre.

Expectativas Futuras

O diretor financeiro Alexandre Malfitani destacou a expectativa de uma geração de caixa robusta no segundo semestre, citando a estabilidade nos preços dos combustíveis e a valorização do real. Em termos ajustados, a companhia registrou um prejuízo de R$ 475,8 milhões, 29% menor que no ano passado. O EBITDA ajustado foi de R$ 1,14 bilhão, representando um crescimento de 8,6% em relação ao mesmo período de 2024.

O Chapter 11 permite que a Azul reorganize suas finanças sem a pressão imediata de credores, suspendendo automaticamente a cobrança de dívidas. O processo é reconhecido por sua agilidade e menor burocracia em comparação com a recuperação judicial no Brasil. A companhia mantém controle sobre seus ativos e pode negociar novas linhas de crédito, desde que autorizadas pelo tribunal.

Reestruturação e Financiamento

O plano de recuperação da Azul inclui um financiamento de US$ 1,6 bilhão e a possibilidade de captar até US$ 950 milhões em novos aportes. A empresa visa reduzir sua alavancagem financeira de 5,1 vezes para 3 vezes até o final deste ano e para 2,2 vezes em 2026. A aprovação do plano pelos credores e pelo juiz responsável é crucial para garantir a transparência e a eficácia do processo de recuperação.