BRF registra semestre histórico apesar dos desafios da gripe aviária

A BRF (BRFS3), controladora das marcas Sadia e Perdigão, anunciou um lucro líquido de R$ 735 milhões no segundo trimestre de 2023, representando uma queda de 32,8% em relação ao mesmo período do ano anterior. O resultado foi impactado por restrições nas exportações de frango, após a confirmação de um caso de gripe aviária no Brasil em maio. Desde então, mercados como China, União Europeia e Chile permanecem fechados para a carne brasileira, o que resultou em uma redução de 10% no volume de exportações e 5% na receita líquida do segmento externo.

Reabertura de Mercados

A Arábia Saudita reabriu seu mercado para o frango da BRF, uma notícia celebrada pelo CEO Miguel Gularte, que destacou a importância desse destino para a empresa. "Estamos entusiasmados com a possibilidade de voltar a exportar do Rio Grande do Sul para a região", afirmou. A suspensão das exportações para a China afetou principalmente cortes de maior valor agregado, como asas e pés de frango, que foram redirecionados para outros usos.

No Brasil, a receita líquida da BRF alcançou R$ 8,1 bilhões, um aumento de 6,4% em relação ao ano anterior. O Ebitda ajustado no trimestre foi de R$ 2,5 bilhões, com uma margem de 16,3%. A empresa também conseguiu limitar a queda nas exportações a 10%, em comparação com a média de 15% do setor.

Fusão com Marfrig

A fusão entre BRF e Marfrig avança, aguardando a aprovação do Cade. A nova companhia, chamada MBRF Global Foods Company, já recebeu o aval dos acionistas e deve ser concluída em setembro. A Marfrig reportou um lucro líquido de R$ 85 milhões, um aumento de 13% em relação ao ano anterior, destacando-se no mercado de produtos processados.

Os executivos da BRF afirmaram que a posição financeira da empresa é robusta, com uma alavancagem de 0,43x, o menor nível desde 2011. Essa solidez financeira permitirá à BRF aproveitar oportunidades futuras, especialmente com a reabertura de mercados.