Varejo sinaliza preocupação para investidores após dois meses de resultados fracos
Desempenho do varejo brasileiro piora em julho, com setores de vestuário e cosméticos enfrentando quedas significativas e investidores cautelosos

Consumidora no Centro de São Paulo (Foto: REUTERS/ Paulo Whitaker)
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Um novo alerta sobre a fragilidade do varejo brasileiro foi emitido pelos analistas do Itaú BBA, com dados do Itaú Daily Activity Tracker (Idat) indicando um desempenho fraco em julho. Após um crescimento robusto em maio, o setor já mostrava sinais de desaceleração em junho, e a tendência se manteve, com setores como vestuário e cosméticos enfrentando quedas significativas.
O índice Idat-vestuário, por exemplo, registrou um crescimento de apenas 3% em julho em comparação ao mesmo mês do ano anterior, uma queda acentuada em relação aos 7% de junho e 9% no segundo trimestre. As varejistas Lojas Renner e C&A foram particularmente afetadas, com quedas de 7,5 e 5,7 pontos percentuais, respectivamente, devido a uma base de comparação elevada do ano passado, quando o inverno rigoroso impulsionou as vendas.
Setores em Queda
Além do vestuário, o setor de cosméticos também apresentou resultados fracos, com um crescimento de apenas 0,4% em julho, em contraste com 2,9% no segundo trimestre. A Natura, em sua divulgação de resultados, indicou que a fraqueza pode se prolongar, especialmente com uma base de comparação mais alta nos próximos meses.
O setor farmacêutico, embora tenha mantido um desempenho próximo ao de junho, também mostrou sinais de desaceleração. A Raia Drogasil, por exemplo, cresceu 6,2% em julho, uma queda em relação aos 7,9% do segundo trimestre. A venda de medicamentos da classe GLP-1 continua a ser um fator positivo, mas a margem bruta do setor permanece sob vigilância após uma queda anterior.
Expectativas Futuras
Os analistas do Itaú BBA alertam que a cautela dos investidores está aumentando, com uma redução na exposição às ações do varejo. Os múltiplos de preço sobre lucro estão voltando a patamares de um dígito, refletindo a incerteza no setor. O índice Idat-LJQQ, que abrange materiais de construção, móveis e eletrodomésticos, caiu 8,6% em julho, com materiais de construção recuando 4,9% e móveis e eletrodomésticos caindo 10,2%.
Diante desse cenário, o segundo semestre pode trazer meses desafiadores para o varejo, especialmente para as empresas listadas em bolsa ligadas ao consumo. A expectativa é que o crescimento do setor permaneça contido, com os investidores atentos às movimentações do mercado e às condições econômicas em evolução.
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