Investidores devem ter cautela com o ouro, alerta especialista em finanças

Os preços do ouro estão em alta, com o fundo SPDR Gold Shares (GLD) apresentando um aumento de cerca de 11% em 2025 até a tarde de terça-feira, e um retorno de 42% no último ano. Apesar de uma queda de mais de 1% na terça-feira, os preços futuros do ouro também subiram aproximadamente 10% no ano e estão 36% mais altos em comparação ao ano anterior. Em contraste, o índice S&P 500 teve um crescimento de apenas 1,5% em 2025 e 17% no último ano.

Lee Baker, planejador financeiro certificado, observa que o interesse dos investidores por ouro aumentou significativamente, lembrando a famosa citação de Warren Buffett: "Tenha medo quando os outros estiverem gananciosos e seja ganancioso quando os outros estiverem com medo." Ele alerta que a alocação de ouro em um portfólio diversificado não deve ultrapassar 3%. Baker enfatiza que muitos investidores podem cometer o erro de comprar alto e vender baixo, sugerindo que é crucial saber quando comprar e vender.

Sameer Samana, estrategista do Wells Fargo Investment Institute, explica que o ouro é frequentemente visto como um porto seguro em tempos de incerteza. No entanto, ele ressalta que, em crises reais, os títulos costumam ter um desempenho melhor que o ouro. Além disso, muitos investidores acreditam que o ouro é uma boa proteção contra a inflação, embora os dados nem sempre apoiem essa ideia. As sanções dos EUA à Rússia desde 2022 impulsionaram a demanda por ouro, com bancos centrais, especialmente na China, comprando mais ouro em vez de títulos do Tesouro dos EUA.

Os especialistas aconselham cautela. Baker não vê razões para um aumento contínuo nos preços do ouro, a menos que ocorra um conflito prolongado. Ele recomenda que os investidores busquem exposição ao ouro por meio de fundos ou ações de empresas mineradoras, em vez de comprar ouro físico, que traz custos adicionais de armazenamento e seguro. Samana sugere que uma alocação de 1% a 2% em ouro pode ser adequada em um portfólio diversificado, que deve incluir também energia, agricultura e metais básicos.