01 de jun 2025
Fies enfrenta maior inadimplência e queda de interesse em financiamento estudantil
Inadimplência do Fies atinge 62% em 2024, com apenas 44 mil novos contratos. MEC busca soluções para reverter a crise do financiamento estudantil.
Fies encolheu de tamanho na última década. (Foto: Werther Santana/Estadão)
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O Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) enfrenta uma crise sem precedentes em 2024, com uma taxa de inadimplência de 62% e apenas 44 mil novos contratos firmados. O cenário alarmante foi apresentado pelo Ministério da Educação (MEC) durante o Congresso Brasileiro da Educação Superior Particular, realizado no Rio Grande do Norte.
A taxa de inadimplência, que era de 31% em 2014, reflete a insustentabilidade do programa, que já atendeu a 2 milhões de contratos. O MEC reconhece que as reformas implementadas desde 2015 restringiram o acesso e tornaram o Fies menos atrativo para os estudantes. Em 2018, 82% das vagas eram preenchidas, enquanto em 2023, esse número caiu para apenas 39%.
Adilson de Carvalho, diretor de Políticas e Programas de Educação Superior do MEC, afirmou que o governo está buscando soluções para reverter a situação. Entre as propostas, está a mudança na forma de cobrança, que poderá ser condicionada à renda do formando. “Precisamos sentar e conversar com o setor das instituições de ensino privadas para encontrar alternativas”, disse Carvalho.
O Fies, que financia a maior parte da mensalidade de universidades privadas, enfrenta um saldo devedor total de R$ 116 bilhões. A dívida dos alunos, que inclui uma coparticipação durante o curso, é diretamente com as instituições de ensino. O MEC identificou que muitos estudantes abandonam o processo de inscrição ao ver os valores da coparticipação, indicando que a falta de capacidade financeira é um fator crítico.
Nos últimos dois anos, o governo implementou incentivos para a renegociação de débitos, resultando na repactuação de 389 mil contratos e arrecadação de R$ 800 milhões. Além disso, o MEC estuda oferecer opções de assistência, como auxílios para moradia e transporte, para atrair mais alunos.
A situação do Fies é preocupante, pois a queda na atratividade do programa pode impactar a formação de profissionais em áreas com alta demanda, como tecnologia e licenciaturas. O MEC busca reverter essa tendência, mas a implementação de novas medidas ainda não tem prazo definido.
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